sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Repórter da Veja cometeu crime.

O jornalismo de esgoto da Veja chegou ao fundo da estação de tratamento de esgoto.
 A atitude criminosa da Veja demonstra o cinismo e o menosprezo que imprensa corrupta tem com a população brasileira e com líderes populares.


A imposição de mentiras, notícias distorcidas e deturpadas para defender a qualquer custo os interesses de uma elite ignorante e perigosa e da velhacaria disfarçada de reportagem contra José Dirceu é de fazer pensar qualquer pessoa de bem deste país, contra esse tipo de agressão irresponsável sem limites disfarçada de “reportagem”.


A direita brasileira não consegue, porque não tem como justificar o lucro absurdo que tem obtido explorando o povo brasileiro, mantendo-o na miséria e sob trabalho escravo, por séculos, e aí inventa meios enganosos para desacreditar pessoas que lutam para restabelecer as diretrizes do país para os próprios brasileiros.


Acobertados por leis que defendem os bandidos corruptos, o país tem sofrido por décadas a irresponsabilidade dessa mídia canalha, defensora do que há de pior neste país.


Não podemos nos deixar enganar mais uma vez com os falsos arautos dos interesses norte-americanos no país, pau na Veja!



Leia a opinião de José Dirceu e as repercussões da canalhice dos editores da Veja, no sítio:

http://www.viomundo.com.br/denuncias/ze-dirceu-reporter-gustavo-nogueira-ribeiro-cometeu-crime.html


A renúncia de Jânio Quadros

“ESPERAVA UM LEVANTAMENTO POPULAR E QUE OS MILITARES E A ELITE NÃO PERMITISSEM A POSSE DO JANGO”, FOI O QUE MEU AVÔ ME DISSE, NO LEITO DO HOSPITAL

25 de Agosto de 2011 às 17:47


Janio Quadros Neto

Há quem argumente que o mês de agosto é maldito na história política do Brasil: foi o mês que presenciou dois dos eventos mais traumáticos da história brasileira, o suicídio do presidente Getulio Vargas no dia 24 de agosto de 1954 e a renúncia do presidente Jânio Quadros no dia 25 de agosto de 1961. Agosto de 2011 indiscutivelmente tem sido turbulento e difícil para a atual titular do Palácio do Planalto.

 Hoje é o quinquagésimo aniversário da renúncia do meu avô ao cargo de presidente do Brasil. Em vida, sempre fez mistério sobre os reais motivos da renúncia que tanto chocou e marcou a nação.Jânio era por natureza uma personalidade misteriosa, histriônica, surpreendente. Usou o episódio da renúncia entre aquele dia fatídico e sua morte para gerar mistério, especulação e polêmica. Quando questionado sobre as razões da renúncia, reagia com ironia ou agressividade intelectual.

 Lembro-me de um almoço no Guarujá, no início da década de 80, em que, ao ser questionado sobre o que o levou a renunciar, meu avô respondeu: “Porque a comida no Palácio da Alvorada era uma porcaria, como é na sua casa”. Depois disso, fiquei com receio, e só conversei com Jânio sobre isso no trigésimo aniversário da renúncia, no dia 25 de agosto de 1991.


 Ao ouvi-lo, Jânio ficou bastante irritado e até xingou em reação ao que ouviu. Naquele momento, criei coragem e perguntei: “Então por que você renunciou?”.

 Jânio respondeu: “Aqueles que os deuses querem destruir, eles primeiro os fazem presidentes do Brasil. Quando assumi a Presidência, não sabia a verdadeira situação político-financeira do país. A renúncia era para ter sido uma articulação, nunca imaginei que ela seria de fato executada. Imaginei que voltaria ou permaneceria fortalecido. Foi o maior fracasso da história republicana do Brasil, o maior erro que cometi. Esperava um levantamento popular e que os militares e a elite não permitissem a posse do Jango, que era politicamente inaceitável para os setores mais influentes da nação na época”.

 Lembro-me de outra afirmação marcante: “A coisa mais difícil de se fazer quando você está no poder é manter a noção da realidade. Ser presidente é a suprema ironia, por ser um todo-poderoso e um escravo ao mesmo tempo”.

 Embora vá ser sempre lembrado pela renúncia e pelas consequências disso, a história não pode ignorar ou esquecer seus atributos.


 Sou suspeito, mas as administrações de Jânio foram marcadas por resultados positivos muito claros.


 Churchill disse uma vez que a política é bem mais perigosa do que a guerra. Isso porque na guerra você só pode morrer uma vez. Creio que o genial estadista tinha razão.


JÂNIO QUADROS NETO é neto de Jânio Quadros (1917-1922), que renunciou à Presidência em 25 de agosto de 1961, e coautor do livro “Jânio Quadros: Memorial à História do Brasil”.

Copiado do sítio:
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/13037/A-renúncia-de-Jânio-Quadros.htm



Opinião do Helinho de Barros:

Jânio teve contra si a dívida externa brasileira deixada por Juscelino e o apoio da UDN que representava o mais anacrônico e o pior do conservadorismo direitista brasileiro, quando dele precisou, abandonaram-no e a nós brasileiros. Foi vitimado pelos interesses norte-americanos no país, que viram com maus olhos os acordos que o Brasil faria com a China e outros países do bloco socialista e por andar em má companhia. O resto foi mesmo uma manobra política mal realizada.


Lembro-me de um artigo publicado pela FSP de autoria de Saulo Ramos, este contando o fato da renúncia, há alguns anos atrás. Onde ele disse que: após a entrega da carta ao Ministro da Justiça Oscar Pedroso Horta, que traiu o chefe e a levou imediatamente ao Presidente do Senado Auro de Moura Andrade, Jânio e Saulo embarcaram em um avião para São Paulo e chegando ao escritório de Vicente Rao, advogado constitucionalista, para que este visse a carta da renúncia e expressasse sua opinião. Após ler e examinar a situação ele disse algo como: “Dr. Jânio, o senhor acabou de renunciar a presidência da República”.

A presidenta Dilma, tem contra si a imprensa corrupta brasileira, que vem minando seu governo como minou o do ex-presidente Lula, com mentiras e distorções, do tipo “terrorista” e “cachaceiro”, na tentativa desestruturar um governo voltado para o Brasil e para os brasileiros, na defesa dos mesmos interesses.

Trecho da carta de renúncia de Jânio Quadros:

"Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior."

Leia a íntegra no sítio:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_Ren%C3%BAncia_de_J%C3%A2nio_Quadros
















quinta-feira, 1 de setembro de 2011

O imperialismo faz mais uma vítima. Jornalistas ameaçados.

                        Enfim, Livres!
NÃO HÁ ALEGRIA E SIM TERROR



NÃO HÁ LIBERDADE E SIM OCUPAÇÃO ESTRANGEIRA

A agressão imperialista contra a Líbia consumou-se com a tomada de Tripoli.

 Os bandos de "rebeldes" do Conselho Nacional de Transição, arvorando a bandeira da defunta monarquia líbia, serviram apenas como encobrimento da intervenção activa da NATO. Os seus bombardeamentos selvagens contra alvos civis e os seus helicópteros artilhados é que decidiram esta guerra não declarada.

 Milhares de líbios morreram sob a agressão da NATO, mandatada pela ONU para "salvar vidas". Registe-se a bravura e coragem do governo Kadafi, que aguentou durante seis meses uma guerra impiedosa promovida pelas maiores potências do planeta. A ficção de que se tratava de uma guerra "civil" foi completamente desmentida pelos factos. Foram precisos 8000 raids de caças-bombardeiros da NATO para decidir esta guerra neocolonial.

 O futuro próximo da Líbia é negro. As suas reservas monetárias e financeiras – depositadas em bancos ocidentais – foram roubadas pelas potências imperiais (tal como aconteceu com as do Iraque). E os abutres vão agora à caça dos despojos, à repartição do botim, aos contratos polpudos. Os bandos do CNT, uma vez findo o enquadramento de mercenários, podem começar digladiar-se entre si.

 A desinformação sobre a Líbia foi e é gritante em todos os media ditos "de referência". Eles foram coniventes activos da agressão imperialista contra o povo líbio. Hoje, a generalidade dos media já não serve para o esclarecimento e sim para o encobrimento e a mistificação.
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AMEAÇAS DE MORTE A JORNALISTAS
 
 Os jornalistas Mahdi Darius Nazemroaya e Thierry Meyssan estão sob ameaça de morte em Tripoli. O primeiro é investigador do Centre for Research on Globalization e o segundo presidente do Réseau Voltaire e da conferência Axis for Peace. Ambos encontram-se sitiados no Hotel Rixos, em torno do qual decorrem combates. Há informações de que teria sido dada a ordem de abatê-los.

 Cinco Estados ofereceram protecção diplomática aos dois jornalistas, mas os combates em torno do hotel impedem-nos de sair e várias destas embaixadas estão cercadas a fim de tornar o seu acesso impossível. O Résau Voltaire apela a pressões sobre os governos envolvidos no sentido de garantir as vidas destes jornalistas e que se faça circular esta informação.

 Novos desenvolvimentos : Os jornalistas foram retirados do H. Rixos pela Cruz Vermelha Internacional, que os transportou para outro hotel enquanto aguardam o barco que deverá evacuá-los.. No novo hotel, já sem a protecção da Cruz Vermelha, têm recebido ameaças dos "rebeldes".


29/Agosto/2011/16h00 GMTOs jornalistas em perigo na Líbia chegaram ao porto de La Valetta, em Malta. São eles: Thierry Meyssan, Mahdi Darius Nazemroaya, Mathieu Ozanon, Julien Teil, Lizzie Phelan (Press TV, britânica), a equipe da TeleSur, Walter E. Fauntroy, antigo membro do Congresso dos EUA e ex-assistente de Martin Luther King.
 
 O pequeno barco em que abandonaram a Líbia, concebido para 12 pessoas, transportou 52 refugiados e mais a tripulação. A viagem demorou 36 horas.

 À partida, a lista dos passageiros foi objecto de intensas negociações e teve de ser validada pelas diferentes autoridades que agora controlam Tripoli. Até o último momento os jornalistas do Réseau Voltaire temeram não poder embarcar.

 No último instante uma pessoa, de nome desconhecido, foi arrancada do barco pelos "rebeldes".
 
Copiado do sítio:
http://resistir.info/







quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dutra: há integrantes dos três poderes envolvidos com trabalho escravo.

Segundo o deputado, essa é uma das razões pelas quais a PEC sobre o assunto está “empacada” na Câmara desde 2004


O presidente da Frente Parlamentar Mista pela Erradicação do Trabalho Escravo, deputado Domingos Dutra (PT-MA), disse nesta terça-feira, durante chat promovido pela Agência Câmara de Notícias, que “há, com certeza, parlamentares federais, estaduais e municipais, integrantes do Poder Executivo das três esferas e até membros do Judiciário envolvidos com o trabalho escravo”.
 Segundo ele, esse é um dos motivos pelos quais ainda não foi aprovada a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 438/01, que determina o confisco de terras onde for constatada exploração de trabalhadores em condições análogas à de escravidão.

Questionado se o envolvimento de parlamentares não justificaria a cassação, ele afirmou que sim. “Porém, até o momento, nenhum partido e nenhuma entidade da sociedade civil provocou a Câmara e o Senado a respeito da quebra de decoro, o que é lamentável, já que pessoas físicas e parlamentares individualmente não podem requerer a cassação de colegas”, afirmou.

Boicote
 Dutra classificou de absurdo o caso das lojas Zara, que recentemente foram denunciadas por trabalho escravo. “Essas empresas aumentam seus lucros por meio da forma mais degradante de exploração humana, que é o trabalho escravo. Ainda bem que ela foi flagrada pelo Estado, sendo punida pecuniariamente, porém a melhor punição deve ser da sociedade, rejeitando os seus produtos”, disse.
 O internauta Mineiro citou outras empresas acusadas de utilizar trabalho escravo, como Ecko, Tyrol e Cobra D´Água, e questionou o deputado sobre qual a melhor punição nesses casos.

O deputado citou também as Casas Pernambucanas e disse que a punição mais efetiva “deverá ser a perda da propriedade e dos bens nelas encontrados, conforme estabelece a PEC 438/01. Por isso, até o momento a proposta está enganchada e não é votada no Plenário da Câmara”.

A PEC já foi aprovada pelo Senado e pela Câmara, em primeiro turno, mas aguarda a segunda votação em segundo turno na Câmara desde agosto de 2004.

Dilma


Perguntado sobre o que a frente parlamentar poderia fazer pela aprovação da PEC, Dutra disse que está solicitando audiência à presidenta Dilma Rousseff, para pedir que ela oriente a sua base na Câmara a votar a proposta. “Já conversamos com o presidente Marco Maia, e ele garantiu que neste ano pautará a PEC. Estamos mobilizando a sociedade civil para pressionar a Câmara e o governo e vou sugerir à executiva da frente que, se a PEC não entrar na pauta, façamos greve de fome”, acrescentou.


O internauta Rodrigo questionou o deputado sobre a razão pela qual os governos do PT (Lula e Dilma) não aprovaram essa proposta há muito mais tempo.

Em resposta, Dutra disse que, “no Governo Lula, a PEC foi aprovada no Senado e teve a primeira votação na Câmara, empacando na segunda votação. As causas são muitas, mas a principal é a composição conservadora do Congresso”.

O deputado observou que o presidente da República pode muito, mas não pode tudo, em razão da autonomia dos Poderes. “A situação estaria melhor se o eleitor, ao votar em um presidente progressista, escolhesse também um Congresso progressista. Infelizmente, a maioria do Congresso ainda é atrasada e acaba impedindo avanços legislativos e chantageando o Poder Executivo. Dilma está começando, enfrentando dificuldades, como o combate à corrupção. Acho que ela é forte e que vai nos ajudar a aprovar a PEC”, disse.


A internauta Sarah ainda perguntou sobre as ações do Governo Dilma contra o trabalho escravo. Dutra citou o programa Brasil sem Miséria; a fiscalização das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), para evitar abusos; e as ações do Ministério do Trabalho, com os grupos móveis de fiscalização. “Porém, a presidenta precisa abraçar, se apaixonar pela PEC 438”, disse.


Agronegócio


O internauta José Tomaz questionou o deputado sobre a postura da presidente da Confederação da Agricultura e da Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (DEM-TO), “que insiste em negar a existência da escravidão contemporânea”.

Dutra afirmou que “a senadora é dinossaura e continua com a mentalidade dos portugueses que importaram negros da África para serem escravos em suas fazendas”, além de ser “cega pelo agronegócio e pelos lucros”.



Íntegra da proposta:


• PEC-438/2001


• PL-5016/2005



Reportagem – Wilson Silveira
Edição – Regina Céli Assumpção

'Agência Câmara de Notícias

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Pesquisa mostra que MST é abordado de forma pejorativa pela mídia

O Intervozes publicou pesquisa que analisa a cobertura da mídia sobre o MST durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito de 2010.
 Uso de termos negativos, pouca relevância dada às bandeiras do Movimento e exclusão do MST como fonte. O que já era percebido pelos movimentos sociais agora foi comprovado em pesquisa que analisou cerca de 300 matérias sobre o MST em TV, jornal impresso e revistas.
 O relatório, intitulado “Vozes Silenciadas”, analisou as matérias que citaram o MST em três jornais de circulação nacional (Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo e O Globo); três revistas também de circulação nacional (Veja, Época e Carta Capital); e os dois telejornais de maior audiência no Brasil: Jornal Nacional, da Rede Globo, e Jornal da Record. O período pesquisado foi de 10 de fevereiro a 17 de julho, duração das investigações de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre o MST.

O lançamento contou com a presença de Mônica Mourão, professora da UFC e responsável pela pesquisa, de Leandro Fortes, jornalista da revista Carta Capital, e da Coordenação do MST. O relatório foi realizado pelo Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social com o apoio da Fundação Friedrich Ebert e da Federação do Trabalhadores em Radiodifusão e Televisão (FITERT).

O estudo

MST é retratado como violento e suas bandeiras recebem pouco destaque. A pesquisa concluiu que o movimento, na maioria dos casos, não era central nas matérias que o citam. O tema predominante foi as eleições (97 inserções), com uma grande diferença em relação ao segundo lugar, o Abril Vermelho (42 inserções). A CPMI foi tema apenas de oito matérias (ou 2,6% do total). Nas matérias sobre eleições, o MST não apareceu nos debates sobre políticas agrárias, mas sim como ator social mencionado de forma negativa pelos dois principais candidatos do pleito nacional. O Movimento aparece em segundo lugar no ranking de fontes ouvidas (em primeiro lugar estão matérias que não ouvem nenhuma fonte). Porém, essa colocação representa apenas 57 ocorrências num universo de 301 matérias.

Quase 60% das matérias utilizaram termos negativos para se referir ao MST e suas ações. O termo que predominou foi “invasão” e seus derivados, como “invasores” ou o verbo “invadir” em suas diferentes flexões. Ao todo, foram usados 192 termos negativos diferentes, entre expressões que procuram qualificar o próprio MST ou suas ações.

A maioria dos textos do universo pesquisado cita atos violentos, o que significa que a mídia faz uma ligação direta entre o Movimento e a violência. Não bastasse essa evidência, dentre as inserções que citam violência, quase a totalidade (42,5% do total de matérias) coloca o MST apenas como autor.

Editado em 26/08/2011, para compatibilização de datas.

Standard & Poor's e o Brasil

A agência Standard & Poors, que rebaixou os EUA a cerca de um mês, despertou a ira política norte-americana e da mídia canalha brasileira, pois quando é o Brasil que está afundando esta faz questão de noticiar e complementar que este país não tem jeito, mesmo.

Agora, são obrigados a engolir a opinião mundial de que o Brasil administrado pela presidenta Dilma, fundamentado na política econômica iniciada pelo ex-presidente Lula - brasileiros e nacionalistas - é um porto seguro aos investimentos e que a prudência e o controle inflacionário preparam um terreno cada vez mais firme para que o país continue melhorando.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dilma apura e pune, Anestesia abafa!

Governo Dilma apura e pune!

E o governo mineiro abafa!

Dilma apura e pune, Anastasia abafa

Nesta semana, a Polícia Federal – PF -, subordinada ao Ministério da Justiça que, por sua vez, é subordinado à presidência da República, deflagrou uma operação de prisão de suspeitos de desvios no Ministério do Turismo.
 Antes, houve aquilo que a própria imprensa comercial, perplexa, chamou de “faxina no DNIT”.

Ou seja: há denúncia? Apure-se. Doa em quem doer. Havendo culpa, há punição.

Estamos assistindo no Brasil uma viragem cultural, que se iniciou no governo Lula. A PF, a Controladoria Geral da União – CGU- (que existe, de fato, a partir de 2003), e a Procuradoria Geral da República -PGR-, nunca antes na história deste país, parafraseando alguém, tiveram tanta autonomia e recursos para cumprir seus papéis constitucionais. O Tribunal de Contas da União -TCU- funciona no mesmo diapasão.
 Já o estado de Minas Gerais parece outro país. Espasmos investigatórios no Ministério Público Estadual - MPE-, relatórios técnicos do Tribunal de Contas do Estado -TCE- e as denúncias do bloco Minas Sem Censura – MSC-, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais já fazem fila: superfaturamento, dispensa ilegal de licitações, pagamentos antecipados, parcelas inteiras do MPE efetuando apurações de “mentirinha” (ressalvadas as honrosas exceções), nada, nada disso é apurado com rigor. Aliás, várias dessas denúncias nem sequer são apuradas.
 Isso sem falar na imprensa. A do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília é livre para investigar, inclusive para caluniar o governo federal. A de Minas dispensa comentários.
 Aliás, o MSC já registrou: os oito anos de governo Aécio tiveram menos CPI´s que no período da Ditadura Militar!
A cultura da impunidade está em declínio no Brasil. Em Minas há uma sistemática operação abafa.
 Governador Anastasia: “libere” o MPE, o TCE-MG, a Polícia Judiciária e a imprensa!

Veja matéria CPIs: http://migre.me/5sNQB

Copiado do sítio Minas sem Censura, abaixo:

http://www.minassemcensura.com.br/conteudo.php?MENU=&LISTA=detalhe&ID=192

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Fora!!! Nelson Jobim (PMDB/PSDB/DEMO/PPS) e parabéns a presidenta Dilma pela excelente nomeação de Celso Amorim

A presidenta Dilma ficou livre do encosto Nelson Jobim (Fora!) e nomeou prontamente, como se havia uma previsão para isto, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

 
Indicado pela revista norte-americana Foreign Police como “o melhor chanceler do mundo” e com uma longa e brilhante carreira pública, Celso Luiz Nunes Amorim reescreveu a história da diplomacia brasileira, que de subserviente aos interesses norte-americanos e europeus, passou a defesa intransigente do Brasil e da sua soberania política e econômica no mundo todo.

 
Incessantemente criticado pela imprensa mentirosa brasileira, espelho da nossa elite ignorante e corrupta, é reconhecido no exterior pelo seu excelente trabalho e reconhecido e dignificado pelo título “Inovative Leader of the Year”, em 2010, pela revista Latin Trade, de Miami.


Celso Amorim abriu ao Brasil novos mercados e mudou a visão que o mundo tinha do Brasil.

Parabéns a presidenta e a nós brasileiros!


quarta-feira, 27 de julho de 2011

O despertar dos mágicos: os mitos da economia conservadora

Economia 15/07/2011 Copyleft

O despertar dos mágicos: os mitos da economia conservadora

As teorias dos economistas conservadores foram totalmente desmentidas pela crise. Eles deveriam estar escondidos cheios de vergonha. Mas não é isso que acontece. Muito pelo contrário. Os economistas conservadores ganharam mais força. Por quê? A razão é que os mitos em que fundamentam as suas posições são profundamente enraizados numa cosmovisão básica, de uma grande quantidade de pessoas, para não dizer da maioria das pessoas. Os mitos sobre a economia que se foram perpetuando nas escolas de economia, fundiram-se com as crenças mais ingênuas e perigosas dos nossos tempos. O artigo é de Alejandro Nadal.

Alejandro Nadal - La Jornada

Os economistas conservadores saíram desacreditados pela crise. Ao fim e ao cabo eles prometeram igualdade, prosperidade e até um mundo menos doente do ponto de vista ambiental. A única coisa que nos deram foi um colapso econômico gigantesco, com desemprego e pobreza. Deveriam estar escondidos cheios de vergonha.

Mas não é isso que acontece. Muito pelo contrário. Os economistas conservadores ganharam mais força. Por quê? A razão é que os mitos em que fundamentam as suas posições são profundamente enraizados numa cosmovisão básica, de uma grande quantidade de pessoas, para não dizer da maioria das pessoas.

Na arca de mitos em que se fundamenta a economia conservadora ou neo-clássica, existem três particularmente importantes. Não importa quanta evidência empírica de sentido contrário você possa encontrar, nunca poderá convencer os fiéis desses dogmas. De qualquer forma, aqui lhes oferecemos algumas pedras para atirar às brilhantes vitrinas em que têm essas crenças.

O primeiro mito está baseado na ideia de que o mundo da economia forma um sistema autônomo que regula a si mesmo. A metáfora mais bem sucedida (e perigosa) é que a economia é uma espécie de máquina. E como se regula, há que deixá-la trabalhar sem perturbar a sua dinâmica.

A teoria econômica passou mais de 200 anos a tentar provar que de fato o sistema econômico se auto-regula e que, portanto, não necessita de intervenção do governo nem da esfera da política. A evidência de crises recorrentes poderia ter sido suficiente para provar o contrário. Mas, confrontados com histórias de crise, os neoclássicos podiam sempre argumentar que foram causadas justamente por intervenções irresponsáveis dos governos.

O debate deslocou-se para o mundo dos modelos matemáticos. O programa de investigação dos economistas era simples: construir um modelo matemático capaz de reproduzir as condições em que as forças de mercado conduzem ao equilíbrio. Mas o modelo mais sofisticado e refinado da teoria econômica neoclássica demonstrou que, em geral (salvo exceções aberrantes) o sistema de mercado é instável. Então, para onde quer que se olhe: ou história econômica ou modelos matemáticos puros, a verdade é que a ideia de mercados auto-regulados que conduzem ao equilíbrio não tem nenhuma base racional.

O segundo mito é que a economia de um governo é como uma casa. E tal como uma família tem de medir o seu consumo, o governo também tem que restringir o gasto para baixar o montante dos seus rendimentos. Desta visão vem a ideia de que em tempos de crise, tal como o faria uma família, há que apertar o cinto. É o que recomendam constantemente os chamados falcões da austeridade fiscal no debate sobre a política fiscal em todo o mundo.

A realidade é diferente. Para começar, as famílias não podem estabelecer carga fiscais e colectar receitas através de impostos. Nem vi famílias que vivam centenas de anos, que incorram num déficit constante e que acumulem dívida, como fazem os governos. Normalmente as dívidas domésticas têm de ser resolvidas de uma forma ou de outra.

No limite, os governos podem emitir moeda, algo que os particulares também não podem fazer. Alguns dirão que precisamente para evitar abusos se deu autonomia ao Banco Central. Mas se você observar com cuidado o comportamento da Reserva Federal dos EUA pode constatar que a política monetária não se assemelha nada ao comportamento de uma família.

O terceiro mito é que cada classe social ou grupo recebe como remuneração aquilo com que contribui para a economia. Essa crença é a que está mais profundamente enraizada nas pessoas e atravessa o espectro de todas as classes sociais. Parece que em algum lugar no imaginário coletivo habita a lenda de que o rendimento das pessoas é proporcional à sua contribuição para o produto nacional. O corolário é que a ordem econômica é justa, mas a realidade é que nada na teoria econômica dá sustento a esta ideia. A distribuição de rendimento não está determinada por qualquer lei ou outro mecanismo econômico.

Simplesmente e apenas depende das relações de poder.

Isso não significa que as variáveis econômicas não sejam importantes. Pelo contrário. São muito mais importantes do que se pensa quando se coloca uma das lentes deste mito pernicioso que tudo distorce. O saldo fiscal, a inflação, a criação de moeda e nível salarial, tudo isso merece uma atenção cuidadosa, sem mitologias e crenças mais relacionados com a bruxaria do que com o pensamento racional.

Os mitos sobre a economia que se foram perpetuando nas escolas e faculdades de economia, fundiram-se com as crenças mais ingênuas e perigosas dos nossos tempos. Talvez essas crenças tenham mais a ver com aquelas Forze elementari sobre as quais escreveu Gramsci na sua análise sobre o fascismo.

(*) Traduzido por Paula Sequeiros para o Esquerda.net

Copiado da Revista Carta Maior, do sitio:

http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18061

segunda-feira, 25 de julho de 2011

A violência capitalista

A continuidade da crise capitalista na Europa, com o desancar do império Murdoch e com o assassinato em massa promovido por um dos monstros criados pela imprensa mentirosa, toma a cada dia contornos de proximidade com a realidade.



As criaturas deformadas geneticamente pelas mentiras contumazes da mídia estão se voltando contra os criadores, contra o próprio povo que nela acredita e apóia mentiras como a de que a invasão do Iraque e Afeganistão se deu por motivos justos.


O incitamento a violência e a discriminação de minorias propostas por políticos direitistas e apoiadas pela mídia preconceituosa faz crescer a intolerância cada dia maior produzindo resultados esperados, como o banimento de véus islâmicos na França, e inesperados, como essa mortandade na Noruega.


Com isso, o fosso capitalista cava mais fundo até o momento que este desmoronará.

A presidenta Dilma e a faxina

A presidenta Dilma, continuando a faxina iniciada por Lula (a Polícia Federal prendeu dois governadores durante seu governo – fato inédito no país acostumado com a impunidade acobertada pelos governos anteriores) desancou um bando de oportunistas corruptos do Ministério dos Transportes, da corja do PR, acostumados com o estilo FHC/PSDB/DEMO/Serra de desgovernar e os quais Lula ainda teve que suportar para a manutenção da governabilidade. Com a nova composição da Câmara e do Senado, a possibilidade de imposição de novas diretrizes e o abandono de velhas práticas seriam possíveis, mesmo ao contrário senso da mídia corrupta.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Equador: sentença milionária contra o jornal El Universo

Sentencia

Ecuador: Millonaria sentencia para El Universo.

El Juzgado Décimo Quinto de Garantías Penales centró ayer en la tarde la atención de abogados y los medios de comunicación. El juez Juan Paredes tenía cuatro días de plazo para dictar la sentencia en el juicio contra diario El Universo, sus directivos y el ex editor de Opinión, Emilio Palacio, pero lo hizo en menos de 24 horas.

Según el juez la misma tarde del martes, luego de la audiencia de juzgamiento, comenzó a redactar la resolución. El presidente Rafael Correa, a título personal, presentó una querella penal por supuesta injuria calumniosa. El artículo ‘No a las mentiras’ , autoría de Palacio, generó la demanda.

La sentencia, que consta de 156 páginas, fue conocida aproximadamente a las 17:50, en medio de un despacho abarrotado de medios privados y estatales.

Paredes entregó una copia de su sentencia donde ordena tres años de prisión para Carlos, César y Nicolás Pérez, directivos de El Universo; y para Emilio Palacio. Además, estableció que los querellados deben pagar una indemnización de USD 30 millones; y 10 millones más la Compañía Anónima (CA) El Universo.

Con esa resolución dio paso al pedido de los abogados del presidente Correa, quienes solicitaron los tres años de cárcel para los directivos y el articulista Palacio. Aunque el monto total de la indemnización bajó de USD 80 millones a 40 millones. En su querella Correa argumentó que de “manera premeditada, dolosa y maliciosa a nivel nacional, internacional y mundial” Emilio Palacio le hizo daño con su artículo ‘No a las mentiras’. La columna se refería a la insubordinación policial del 30 de septiembre del 2010.

Según la querella, Palacio cometió el delito de injuria, con la “coadyuva” de los tres hermanos Pérez, y la CA El Universo sirvió para “instrumentalizarlo”.

El juez dijo en la sentencia que “La libertad de expresión tiene su límite. Para aquellas personas que no lo tengan claro, hacer comentarios, opiniones, que traspasen el límite se llama injuria en las leyes ecuatorianas y es un delito como tal, se juzga por la vía penal”. Según Paredes, quedó comprobado “la existencia del delito y de que los acusados o querellados son responsables del mismo”.

Paredes estaba a cargo hasta ayer del Juzgado Décimo Quinto de Garantías Penales, en ausencia del juez titular que se operó de la columna vertebral. Luego de conocida la resolución, el juez no quiso dar declaraciones a los medios, cerró su despacho y se marchó acompañado de cinco policías que llegaron en la tarde.

El Universo rechazó la sentencia que condena a sus directivos a prisión. En un comunicado publicado en la página web del diario mencionó que el “tiempo récord” (menos de 24 horas), de un juez que “asegura haber trabajado hasta las 05:00 de hoy para empaparse del caso”. Además, que la causa estuvo en las manos de cinco jueces. “En síntesis en 33 horas aproximadamente, tomó posesión del cargo, sustanció la audiencia de juzgamiento, estudió más de 5 000 fojas del expediente, escribió 156 carillas de la sentencia, notificó a las partes y se retiró del cargo”.

Los directivos de El Universo anunciaron que sus abogados apelarán la sentencia y agotarán todas las instancias nacionales e internacionales. Hoy, a las 10:00, los hermanos Pérez, Emilio Palacio y sus abogados darán una rueda de prensa en Guayaquil.

Hasta la tarde, en la página web de la Función Judicial del Guayas solo estaba publicada una parte de la “Providencia general” sobre El Universo. El primer texto fue emitido a las 00:15 y constaba de 9 páginas. Según Paredes, el martes una vez que concluyó la audiencia en el caso El Universo, “me vine al despacho y me quedé trabajando hasta la 5 de la mañana. Como esa es mi responsabilidad y está dentro de mi voluntad dictar la resolución lo voy hacer”.

Emilio Palacio fue el primero en advertir a través de su cuenta Twitter de la sentencia. “El juez emitió la sentencia en horas de la madrugada”, escribió ayer Palacio al mediodía. “Yo acabé muerto después de tantas horas de audiencia, él se fue a leer y escribir hasta la madrugada”, comentó Palacio en un mensaje.

Apenas se conoció esa novedad, este Diario consultó a Alembert Vera, uno de los abogados del presidente Correa. Inicialmente dijo que era “falsa” la información. Ya en la noche dijo que se había hecho justicia, “ha ganado la libertad de expresión”. Agregó que apelará la sentencia del juez, para que la Justicia otorgue los USD 80 millones que pide Correa.

León Roldós, defensor de Palacio, calificó de “monstruosidad” el fallo del juez. “Es una de las demostraciones de la justicia sometida al poder”. Además, no cree que en su vida Paredes “haya sentenciado tan velozmente”. Anunció que apelará la sentencia.

Reacciones

Alberto Acosta. Ex Pdte. de la Constituyente, dijo 'Es una expresión del autoritarismo'.
Es una expresión del autoritarismo y de la intolerancia. Es una nueva agresión a la libertad de expresión y advertencia para todas las voces críticas. El control de la Justicia es cada vez mayor.
Fernando Alvarado. Vocero de Carondelet, sostuvo que es 'La relación de poder cambió'.
90 años que el dueño de la imprenta impuso las reglas del juego, hizo uso y abuso del estado de opinión y sometió el Estado de Derecho a su conveniencia. Más allá de la decisión de un juez y de las apelaciones, la relación de poder ha cambiado para bien.
César Montúfar. Asambleísta Concert. Dem., consideró la sentencia como 'Un acto oprobioso y miserable'.
Sencillamente protesto por la oprobiosa sentencia en contra diario El Universo, sus directivos y el periodista Emilio Palacio. Este es otro acto miserable de Rafael Correa.
Gonzalo Marroquín. Presidente de la SIP, cuestionó “No sé cómo el juez escribió 80 páginas.
Es un grave zarpazo a los más esenciales principios de la libertad de información. Nuestro rechazo a este atropello contra el periodismo independiente. Nos solidarizamos con todo el personal de El Universo.
Fundamedios, considera que es “Un precedente nefasto al país'
Es un precedente nefasto por todas las irregularidades de procedimiento, por la mezcla de procesos civiles y penales. La indemnización es desproporcionada.
Eduardo Peña. Pte. C. Comercio Guayaquil, dijo que 'La libertad de expresión triunfó'
El presidente Correa ha ejercido, de una manera autoritaria, una presión inusual sobre las cortes, para lograr un fallo favorable. Ha sido un proceso demasiado rápido.
(Publicado por El Comercio – Ecuador, 21 julio 2011)

Copiado do sítio:
http://la.migalhas.com/mostra_noticia.aspx?cod=137781
 
Opinião:
 
 A imprensa, como se verifica no texto anterior, jamais defende os interesses da sociedade e quando é condenada pelas mentiras que prega, como no caso acima, faz coro dizendo ser vítima de ditadura, de cerceamento da liberdade de imprensa, do autoritarismo.
 
Tornamos-nos reféns da aglutinação de poderes dos meios de comunicação, que mancomunados com o poder econômico e a religião inventam mentiras e distorcem a realidade para a manutenção do lucro.

Agora, quando vemos que o SIP – Sociedade Interamericana de Imprensa é contra a decisão judicial, devemos apoiar tal decisão com veemência, por que se o SIP, órgão patrocinado pela CIA para defender os interesses norte-americanos no continente, é contra, aí sim que devemos ser a favor da justiça e que esta realmente foi feita.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Por que a população não sai às ruas contra a corrupção?

19 de julho de 2011

Por que a população não sai às ruas contra a corrupção?

Da Página do MST

O jornal O Globo publicou uma reportagem no domingo para questionar por que os brasileiros não saem às ruas para protestar contra a corrupção.

Para fazer a matéria, os repórteres Jaqueline Falcão e Marcus Vinicius Gomes entrevistaram os organizadores das manifestações de defesa dos direitos dos homossexuais e da legalização da maconha. E a Coordenação Nacional do MST.

A repórter Jaqueline Falcão enviou as perguntas por correio eletrônico, que foram respondidas pela integrante da coordenação do MST, Marina dos Santos, e enviadas na quinta-feira em torno das 18h, dentro do prazo.

A repórter até então interessada não entrou mais em contato. A reportagem saiu só no domingo. E as respostas não foram aproveitadas.

Por que será?

 
Abaixo, leia as respostas da integrante da Coordenação Nacional do MST, Marina dos Santos, que não saíram em O Globo.

Por que o Brasil não sai às ruas contra a corrupção?

Arrisco uma tentativa de responder essa pergunta ampliando e diversificando o questionamento: por que o Brasil não sai às ruas para as questões políticas que definem os rumos do nosso país? O povo não saiu às ruas para protestar contra as privatizações – privataria – e a corrupção existente no governo FHC. Os casos foram numerosos - tanto é que substituiu-se o Procurador Geral da Republica pela figura do “Engavetador Geral da República”.

Não saiu às ruas quando o governo Lula liberou o plantio de sementes transgênicas, criou facilidades para o comércio de agrotóxicos e deu continuidade a uma política econômica que assegura lucros milionários ao sistema financeiro.

Os que querem que o povo vá às ruas para protestar contra o atual governo federal – ignorando a corrupção que viceja nos ninhos do tucanato - também querem ver o povo nas ruas, praças e campo fazendo política? Estão dispostos a chamar o povo para ir às ruas para exigir Reforma Agrária e Urbana, democratização dos meios de comunicação e a estatização do sistema financeiro?

O povo não é bobo. Não irá às ruas para atender ao chamado de alguns setores das elites porque sabe que a corrupção está entranhada na burguesia brasileira. Basta pedir a apuração e punição dos corruptores do setor privado junto ao estatal para que as vozes que se dizem combater a corrupção diminua, sensivelmente, em quantidade e intensidade.

Por que não vemos indignação contra a corrupção?

Há indignação sim. Mas essa indignação está, praticamente restrita à esfera individual, pessoal, de cada brasileiro. O poderio dos aparatos ideológicos do sistema e as políticas governamentais de cooptação, perseguição e repressão aos movimentos sociais, intensificadas nos governos neoliberais, fragilizaram os setores organizados da sociedade que tinham a capacidade de aglutinar a canalizar para as mobilizações populares as insatisfações que residem na esfera individual.
Esse cenário mudará. E povo voltará a fazer política nas ruas e, inclusive, para combater todas as práticas de corrupção, seja de que governo for. Quando isso ocorrer, alguns que querem ver o povo nas ruas agora assustados usarão seus azedos blogs para exigir que o povo seja tirado das ruas.

As multidões vão às ruas pela marcha da maconha, MST, Parada Gay...e por que não contra a corrupção?

Porque é preciso ter credibilidade junto ao povo para se fazer um chamamento popular. Ter o monopólio da mídia não é suficiente para determinar a vontade e ação do povo. Se fosse assim, os tucanos não perderiam uma eleição, o presidente Hugo Chávez não conseguiria mobilizar a multidão dos pobres em seu país e o governo Lula não terminaria seus dois mandatos com índices superiores a 80% de aprovação popular.

Os conluios de grupos partidários-políticos com a mídia, marcantes na legislação passada de estados importantes - como o de Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul - mostraram-se eficazes para sufocar as denúncias de corrupção naqueles governos. Mas foram ineficazes na tentativa de que o povo não tomasse conhecimento da existência da corrupção. Logo, a credibilidade de ambos, mídia e políticos, ficou abalada.

A sensação é de impunidade?

Sim, há uma sensação de impunidade. Alguns bancos já foram condenados devolver milhões de reais porque cobraram ilegalmente taxas dos seus usuários. Isso não é uma espécie de roubo? Além da devolução do dinheiro, os responsáveis não deveriam responder criminalmente? Já pensou se a moda pegar: o assaltante é preso já na saída do banco, e tudo resolve coma devolução do dinheiro roubado...

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, em recente entrevista à Revista Piauí, disse abertamente: “em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada. Sabe por quê? Por que eu saio em 2015. E aí, acabou.(...) Só vou ficar preocupado, meu amor, quando sair no Jornal Nacional.”

Nada sintetiza melhor o sentimento de impunidade que sentem as elites brasileiras. Não temem e sentem um profundo desrespeito pelas instituições públicas. Teme apenas o poder de outro grupo privado com o qual mantêm estreitos vínculos, necessários para manter o controle sobre o futebol brasileiro.

São fatos como estes, dos bancos e do presidente da CBF – por coincidência, um dos bancos condenados a devolver o dinheiro dos usuários também financia a CBF - que acabam naturalizando a impunidade junto a população.

Copiado do sítio do MST, abaixo:http://www.mst.org.br/Por-que-a-populacao-nao-sai-as-ruas-contra-a-corrupcao-mst-responde-globo-nao-publica

terça-feira, 12 de julho de 2011

Boff: Esta crise é a terminal?

27.06.11 – Mundo


Crise terminal do capitalismo?

Leonardo Boff


Teólogo, filósofo e escritor, na Adital, via Elder Pacheco, por e-mail


Tenho sustentado que a crise atual do capitalismo é mais que conjuntural e estrutural. É terminal. Chegou ao fim o gênio do capitalismo de sempre adaptar-se a qualquer circunstância. Estou consciente de que são poucos que representam esta tese. No entanto, duas razões me levam a esta interpretação.


A primeira é a seguinte: a crise é terminal porque todos nós, mas particularmente, o capitalismo, encostamos nos limites da Terra. Ocupamos, depredando, todo o planeta, desfazendo seu sutil equilíbrio e exaurindo excessivamente seus bens e serviços a ponto de ele não conseguir, sozinho, repor o que lhes foi sequestrado. Já nos meados do século XIX Karl Marx escreveu profeticamente que a tendência do capital ia na direção de destruir as duas fontes de sua riqueza e reprodução: a natureza e o trabalho. É o que está ocorrendo.


A natureza, efetivamente, se encontra sob grave estresse, como nunca esteve antes, pelo menos no último século, abstraindo das 15 grandes dizimações que conheceu em sua história de mais de quatro bilhões de anos. Os eventos extremos verificáveis em todas as regiões e as mudanças climáticas tendendo a um crescente aquecimento global falam em favor da tese de Marx. Como o capitalismo vai se reproduzir sem a natureza? Deu com a cara num limite intransponível.


O trabalho está sendo por ele precarizado ou prescindido. Há grande desenvolvimento sem trabalho. O aparelho produtivo informatizado e robotizado produz mais e melhor, com quase nenhum trabalho. A consequência direta é o desemprego estrutural.


Milhões nunca mais vão ingressar no mundo do trabalho, sequer no exército de reserva. O trabalho, da dependência do capital, passou à prescindência. Na Espanha o desemprego atinge 20% no geral e 40% e entre os jovens. Em Portugal 12% no país e 30% entre os jovens. Isso significa grave crise social, assolando neste momento a Grécia. Sacrifica-se toda uma sociedade em nome de uma economia, feita não para atender as demandas humanas, mas para pagar a dívida com bancos e com o sistema financeiro. Marx tem razão: o trabalho explorado já não é mais fonte de riqueza. É a máquina.


A segunda razão está ligada à crise humanitária que o capitalismo está gerando. Antes se restringia aos países periféricos. Hoje é global e atingiu os países centrais. Não se pode resolver a questão econômica desmontando a sociedade. As vítimas, entrelaças por novas avenidas de comunicação, resistem, se rebelam e ameaçam a ordem vigente. Mais e mais pessoas, especialmente jovens, não estão aceitando a lógica perversa da economia política capitalista: a ditadura das finanças que via mercado submete os Estados aos seus interesses e o rentismo dos capitais especulativos que circulam de bolsas em bolsas, auferindo ganhos sem produzir absolutamente nada a não ser mais dinheiro para seus rentistas.


Mas foi o próprio sistema do capital que criou o veneno que o pode matar: ao exigir dos trabalhadores uma formação técnica cada vez mais aprimorada para estar à altura do crescimento acelerado e de maior competitividade, involuntariamente criou pessoas que pensam. Estas, lentamente, vão descobrindo a perversidade do sistema que esfola as pessoas em nome da acumulação meramente material, que se mostra sem coração ao exigir mais e mais eficiência a ponto de levar os trabalhadores ao estresse profundo, ao desespero e, não raro, ao suicídio, como ocorre em vários países e também no Brasil.


As ruas de vários países europeus e árabes, os “indignados” que enchem as praças de Espanha e da Grécia são manifestação de revolta contra o sistema político vigente a reboque do mercado e da lógica do capital. Os jovens espanhóis gritam: “não é crise, é ladroagem”. Os ladrões estão refestelados em Wall Street, no FMI e no Banco Central Europeu, quer dizer, são os sumossacerdotes do capital globalizado e explorador.


Ao agravar-se a crise, crescerão as multidões, pelo mundo afora, que não aguentam mais as consequências da superexploracão de suas vidas e da vida da Terra e se rebelam contra este sistema econômico que faz o que bem entende e que agora agoniza, não por envelhecimento, mas por força do veneno e das contradições que criou, castigando a Mãe Terra e penalizando a vida de seus filhos e filhas.


Copiado do Blog: Vi o mundo - O que você não vê na mídia

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Folha se precipita e entrega o jogo: alvo não é Palocci, é Dilma







A edição de hoje da Folha entrega o jogo. Todo mundo estava se perguntando o porquê de tanto fogo em Palocci, um homem do mercado, tido por muitos petistas como um "deles". A Folha hoje responde: porque o alvo é Dilma e o governo do PT.
Começa na primeira página, em parte reproduzida aí em cima. "Empresa de Palocci faturou R$ 20 mi no ano da eleição".

Misturando dinheiro de Palocci com dinheiro de campanha pode-se ampliar o leque da investigação, não é, Folha? Se levarmos em conta que Palocci é do PT e foi coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, pode-se especular se o dinheiro seria sobra não-contabilizada da campanha de Palocci, do PT ou de Dilma - mas como diferenciar, não é, Folha? Esse seria o caminho natural do processo. Mas a Folha se precipitou, e, pior, se entregou. Mostro como:

Repare na imagem ao lado. É cópia do que está hoje nesta página da Folha (dei print screen, viu Folha?), que o assinante pode conferir ao vivo aqui. A diferença está nos destaques que dei em amarelo e vermelho, na frase e nas duas estrelinhas. A frase puxa Dilma para a roda: "Receita de consultoria deu salto no ano da eleição de Dilma para Presidente". E as estrelinhas? O que fazem ali as estrelinhas que não estão presentes em nenhuma outra reportagem da Folha de hoje, apenas nesta? Simples coincidência? E que a estrela seja o símbolo do PT é apenas outra coincidência?

Então, ao texto da repórter Cátia Seabra.

A empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, faturou R$ 20 milhões no ano passado, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República.
Segundo duas pessoas que examinaram números da empresa e foram ouvidas pela Folha, o desempenho do ano passado representou um salto significativo para a a consultoria, que faturou pouco mais de R$ 160 mil no ano de sua fundação, 2006.

Entendemos, Folha. No ano em que Palocci "atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República" sua empresa deu um salto.
Mas a comparação é com o ano de 2006, o de criação da empresa. E os outros, 2007, 2008, 2009, qual o faturamento? E, já que vocês tiveram acesso ao papelório, porque não divulgaram os anos anteriores? Por que também se esqueceram de dizer que 2006 também foi ano eleitoral, Lula se reelegeu presidente e Palocci se elegeu deputado federal?

Numa reportagem complementar vem a informação de que a receita da empresa de Palocci é similar à das maiores do ramo no país. Só que nenhuma delas tinha à frente o ex-czar da economia do governo Lula, não é? Alguém que havia recém saído do governo e que pertencia (pertence) ao PT.

Aí vem o fecho, com outra reportagem que afirma: Empreiteira com negócios públicos contratou Palocci (aqui, para assinantes). E vai direto ao assunto:
O grupo WTorre, que fechou negócios com fundos de pensão de estatais e com a Petrobras, foi um dos clientes da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

A empreiteira também fez doações de campanha a Palocci (R$ 119 mil), em 2006, e a Dilma Rousseff (R$ 2 milhões), no ano passado.

A partir daí, a reportagem elenca uma série de contratos do grupo WTorre (que "diz manter ativos de R$ 4 bilhões em 200 projetos"), em anos diferentes, sem dizer em momento algum que qualquer deles teve a participação da empresa de Palocci. Os dados são jogados para que o leitor incauto faça a tal ligação.

Ou seja, o ataque a Palocci era para que ele justificasse o aumento de seu patrimônio? Não, era para fazer com que a Petrobras, Previ, a campanha de Dilma, o governo venham a público justificar por que fizeram tal e tal negócio com tal e tal empresa.

Ah, antes que me esqueça. Ao final da reportagem, envergonhadinha, vem a informação:

Em 2010, além da doação de R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff, da qual Palocci era coordenador [esta ligação é o que eles querem deixar claro], também houve aporte para o tucano José Serra (R$ 300 mil), adversário na disputa.
Ou seja, a empresa jogou dinheiro no lixo. Aí Palocci deveria vir a público pelo menos para afirmar que isso não foi resultado de sua consultoria... Queima o filme.

Copiado do Blog do Melo:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/05/folha-se-precipita-e-entrega-o-jogo.html

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Advogado pede impeachment de Gilmar Dantas, que não gosta do MST

O advogado Alberto de Oliveira Piovesan entrou com um pedido de impeachment contra o Ministro do STF Gilmar Mendes, também conhecido como “Gilmar Dantas”, junto ao Senado Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em 12 de maio sob o número 2011.1803804-01, apresentando graves denúncias baseadas no comportamento do ministro .


Gilmar Mendes tem uma postura conservadora e defensora dos interesses da elite brasileira, sendo indicado para o cargo por FHC, em 2002, foi criticado por conceder dois habeas corpus sucessivos ao bilionário Daniel Dantas, quando este foi acusado de praticar cinco crimes financeiros em 2008 e por ligações com o Valerioduto, o que o levaria para a cadeia por um bom tempo, mas continua livre e tranquilo.

Gilmar Mendes é inimigo dos pobres e do MST, o qual disse receber dinheiro público de forma ilegal, fato que não foi provado pela falecida CPI do MST e, por isso, foi acusado de fazer acusações difamatórias e de criminalizar o movimento, após a invasão da fazenda Santa Bárbara de propriedade do bilionário Daniel Dantas, em março de 2009. Em nota divulgada na época, o MST, afirmou que crime é "terras públicas sendo vendidas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais” .

Empreendida por deputados pagos pela Cutrale , a CPI instaurada pelo deputado Ônyx Lorenzoni (DEM/RS), pretendia provar que o MST vivia de verbas públicas e de maneira ilícita, como não se provou nada, morreu sem votação do relatório final e, sem que ao menos, houvesse uma única nota pela mesma mídia corrupta que lhe deu vida.

O processo instaurado contra os dirigentes do MST, após a invasão da Cutrale, foi extinto por decisão unânime da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No entanto, dezenas de trabalhadores rurais são mortos, vítimas de escravidão, de tortura ou ameaçados de morte no Brasil, todo ano. Em um único dia, em fevereiro deste ano, sete deles foram mortos na Bahia, um deles menor, ainda sem apuração dos culpados.

Denúncias do MST e da Comissão Pastoral da Terra contra grileiros, fazendeiros, madeireiros, são ignoradas pelas autoridades e pela mídia vil, que prefere defender os ricos, embora cessionário de concessão pública e como substituta do setor público deveria defender os interesses do cidadão, não o fazem e quando cooptados a fazer se dizem vítimas de ditadura.

Os crimes cometidos em Eldorado dos Carajás , em 17 de abril de 1996, pela Polícia Militar sob o comando do Coronel Pantoja, a mando do Secretario de Segurança Pública do Pará, Paulo Sette Câmara e do governador do Estado Almir Gabriel, quando mataram a tiros 19 trabalhadores rurais, continuam sem punição a qualquer dos envolvidos - policiais, fazendeiros, jagunços e políticos, até hoje ninguém foi para a cadeia.

Leia a íntegra da petição no sítio: http://anexo.novojornal.com/70636_1.pdf
Leia sobre a CPI: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4550795-EI7896,00Senado+relator+da+CPI+do+MST+diz+que+nao+ha+irregularidades.html
Leia o que disse o MST: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1025703-5601,00.html
Leia sobre os deputados corruptos e quais partidos pertencem: http://www.mst.org.br/node/8460
Leia sobre os crimes contra trabalhadores rurais: http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/direto-dos-movimentos/1613-nota-da-comissao-pastoral-da-terra-mostra-dados-sobre-conflitos-no-campo-
Leia sobre Eldorado dos Carajás: http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Eldorado_dos_Caraj%C3%A1
Leia mais sobre o impeachment de Gilmar Dantas: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/05/16/advogado-pede-impeachment-de-gilmar-ao-senado-e-a-oab/

sexta-feira, 6 de maio de 2011

OS NAVIOS DA VALE E O FIM DA HISTÓRIA

Por Mauro Santayana

A Vale recebeu este mês o VALE BRASIL, primeiro de sete super-navios encomendados ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, da Coréia do Sul. Com 362 metros de comprimento e 65 metros de largura, a embarcação tem capacidade para 400 mil toneladas e é o maior do mundo em sua categoria. Dinheiro que poderia ficar aqui se a Vale tivesse decidido – a exemplo da Petrobras - construir grandes navios no Brasil, contribuindo decisivamente para a recuperação da indústria naval e a geração de empregos em solo brasileiro.


Pode-se alegar que as siderúrgicas da Coréia do Sul – e por extensão, seus estaleiros - são clientes da Vale na compra de minério de ferro. Mas com certeza não foi mandando construir seus navios no Brasil que os sul-coreanos se transformaram em um dos países mais industrializados do mundo ao longo dos últimos 25 anos. Os Tigres Asiáticos, começando pelo Japão, ainda no final do Século XIX, e assim como está acontecendo com a China hoje, só cresceram por causa da decisão política de estabelecer uma indissolúvel e permanente aliança estratégica entre governo e iniciativa privada de capital nacional, para a competente substituição de importações e a conquista de mercados externos, agregando continuamente valor aos seus produtos e exportações. Lá fora, essa é a regra. Aqui, quando o governo tenta fazer a mesma coisa, todo mundo cai de pau no “perigo de reestatização” e no “nacionalismo anacrônico”, como se algum grande país do mundo – como o próprio Japão, os Estados Unidos, a Alemanha, a China – tivesse chegado a algum lugar sem zelar por seus interesses e sem uma postura nacionalista clara por parte da sua população.

Só pode ser ingênuo – ou canalha - quem anuncia que o nacionalismo acabou em um mundo em que os países mais fortes se impõem aos mais fracos pela força das armas. Ou em que, como acontece na Europa, o nacionalismo é tão exacerbado que já se transformou em racismo – pergunte-se aos brasileiros que são rotineiramente revistados, humilhados e enviados de volta ao Brasil dos aeroportos espanhóis, por exemplo, – ou, ainda, no qual, como está acontecendo agora nos Estados Unidos, milhões de pessoas saem para as ruas carregando bandeiras e gritando USA ! USA ! USA ! para comemorar, como se fosse carnaval, a morte de um único homem. O nacionalismo não morreu, como não morreu a História. Ao contrário do que escreveu Francis Fukuyama depois da queda da União Soviética, essa velha senhora está vivíssima - e de vez em quando explode violentamente, como uma bofetada, na cara de quem defende a “pax americana”, a “governança global” e o fim das fronteiras - como aconteceu naquele fatídico 11 de setembro, quando o primeiro avião carregado de passageiros atingiu a Torre Sul do World Trade Center.

Leia mais no sítio:
http://www.maurosantayana.com/2011/05/os-navios-da-vale-e-o-fim-da-historia.html

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mataram a pessoa errada, mas o mito Bin Laden permanece na defesa dos interesses econômicos.

A execução do mito Bin Laden está mais para uma tentativa de queima de arquivo eleitoreira, do que para uma vingança. Tanto uma como a outra são atentados a democracia, se os covardes assassinos a mando do “grande satã” não tivessem matado a pessoa errada e ao que parece também a sua família, em seguida jogado o corpo no oceano evitando qualquer identificação ulterior.


Nós somos espectadores de mais este atentado contra a democracia e os direitos humanos, em razão da invasão de um país e do fato da vítima estar desarmada, como fato notório, e, pelo jeito, ficará impune das autoridades mundiais, mesmo porque quem mandou matar e se regozijou com a morte foi, nada menos, que o prêmio Nobel da Paz e professor de Direito Constitucional no país dele!

Voltamos à mesma lengalenga dos atentados anteriores contra a democracia e os direitos humanos ocorridos contra o Iraque, Afeganistão e, agora, a Líbia, onde a morte de milhares de crianças, mulheres, velhos e outros civis são acobertados pela mídia canalha, como processos cirúrgicos de alta precisão e necessários.

A mídia delirante inventará, com base em informações insuficientes, os mais mirabolantes pretextos para confirmar e validar a impostura de mais um assassinato por um sistema que prefere e prega a impunidade e a violência.

O mito Bin Laben foi mantido vivo por dez anos, com a pretensa mentira da segurança mundial, uma vez morto – o mito, pois a pessoa, se existiu dada as circunstâncias, sua morte foi noticiada há quase dez anos, por problemas pulmonares pela Fox News, CBS, CNN e confirmado pelo presidente do Afeganistão Hamid Karzai, entendimento também do presidente do Paquistão Pervez Musharraf .

Em 2007, a ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto, em entrevista a uma TV norte-americana disse que Bin Laben foi assassinado a mando do Sheik Omar Bakri Mohamed e em 2009, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari disse não ter ouvido sobre Bin Laben há 7 anos, “Penso que ele não está vivo.” Lembrando que os quatro sempre foram pró-EUA, ou seja, repetiram sempre a voz do dono.

A confirmação de que ele morreu, sem corpo, sem testemunhas, sem ao menos imagens, afogado depois de morto, é mais uma piada imposta por aqueles que querem manter as pessoas alienadas sob o conceito da segurança, do medo e longe da verdade, assim, oportunamente as levarem ao consumismo exacerbado e a manutenção de um sistema econômico-financeiro caótico, solapando dos pobres, cada vez mais, o pouco que lhes resta.

Seja nos sítios:
http://www.foxnews.com/story/0,2933,41576,00.html
http://www.cbsnews.com/stories/2002/07/17/attack/main515468.shtml
http://edition.cnn.com/2002/WORLD/asiapcf/central/10/06/karzai.binladen/
http://edition.cnn.com/2002/WORLD/asiapcf/south/01/18/gen.musharraf.binladen/
http://www.youtube.com/watch?v=UnychOXj9Tg
http://www.indianexpress.com/news/zardari-says-osama-dead/515725

terça-feira, 3 de maio de 2011

O brasileiro e o "complexo de vira-lata"

A desvalorização do povo brasileiro é um processo político que tem a ver com a dominação cultural e econômica praticada por séculos pelos portugueses, ingleses e, atualmente, norte-americanos, para a manutenção de interesses, que não são os nossos.

O processo parte de premissas básicas como estas: outros povos são mais educados, todo político brasileiro é corrupto, o povo brasileiro não gosta de trabalhar, as paisagens européias e norte-americanas são mais bonitas que as brasileiras, a música clássica e a melhor música do mundo, música caipira é música de pobre, o índio não gosta de tomar banho, o índio não gosta de trabalhar, pobre é feio, sindicalista é desonesto, aqui nada presta, dentre outras, desconstruindo a nossa cultura, as nossas tradições e a nossa cidadania por meio da discriminação e do preconceito.

Como conclusão lógica cria-se o entendimento subliminar de que somos uma sub-raça, um povo de segunda categoria, não valemos nada e temos de nos submeter aos outros povos mais “inteligentes” e “capazes”.

Dessa forma, graças à propaganda veiculada pela mídia vil, a submissão é aceita por todos como consequência dessas características tão desfavoráveis, criando um “complexo vira-lata” na população, conforme a percepção de Nelson Rodrigues.

Por meio de mudanças dessas atitudes em relação aos nossos compatriotas, a busca por um entendimento do momento político, a obtenção de informações fora do sistema midiático comercial e o questionamento racional destas, poderemos, a partir daí, conceber um país menos carente e desigual, o que fará com que este povo se direcione e encontre os seus verdadeiros objetivos como nação.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Crise é papo da direita para enfraquecer a Reforma Agrária"

Por Igor Felippe Santos
Da Página do MST


Mais uma vez, o Estadão insiste que o MST vive um "cenário de crise" e de "esvaziamento da sua luta por reforma agrária" com "pano de fundo desanimador", na página A13 deste domingo, assinada por Gabriel Manzano.


Em uma matéria editorializada, sem entrevista com nenhum dirigente do Movimento nem qualquer analista para referendar essas teses, aparece a tática do jornal de enfraquecer a bandeira da Reforma Agrária colocando em crise os protagonistas da luta, os movimentos sociais, especialmente o MST.

A primeira matéria sobre uma suposta crise do MST no Estadão apareceu no final de março, que projetava uma jornada de lutas fraca em abril. A tese do jornal foi rebatida pelo Blog da Reforma Agrária (clique aqui para ler).

Agora, os números da jornada de lutas, com 70 ocupações e protestos em 19 estados e no Distrito Federal, jogam por terra a idéia de crise, uma vez que o número de ocupações está entre os maiores dos últimos 10 anos.

Leia a entrevista da Marina Silva ao Último Segundo/iG no sítio do MST:
http://www.mst.org.br/node/11673

Leia mais e informe-se melhor sobre a realidade do MST, a luta dos agricultores pobres contra a mentira da mídia canalha, que os quer ver escravizados.

Leia também no sítio do MST : http://www.mst.org.br/inicial


MST mobiliza 19 estados e faz 70 ocupações de latifúndios

terça-feira, 26 de abril de 2011

SERRA E ALCKMIN: A CORDA E O PESCOÇO

           Serra & Kassab deram mais um giro na política de destruição do PSDB de SP criando um cenário de guerra fratricida no coração do governo Alckmin. O esvaziamento municipal das bases do partido, iniciado na semana passada com a saída de sete vereadores da legenda, teve novo capítulo nesta 2º feira com a desfiliação de Walter Feldman, um dos fundadores da sigla e serrista notório. Jogado às feras pelo desafeto, Alckmin revira o saco de maldades, amplo, e expõe à luz do sol as mazelas entranhadas na administração serrista nas áreas da educação, transportes, urbanismo etc. A autópsia do ‘grande gestor' ganhou contornos de crime de prevaricação e talvez explique o revide dos serristas no final da tarde da 2ºfeira , com a saída de Feldman. Segundo a insuspeita 'Folha de SP' (25-04) Alckmin desativou um gigantesco esquema de ‘terceirização' de recursos educacionais que deveriam servir à rede pública mas foram transferidos pela dupla Serra & Paulo Renato a convênios privados na prestação de serviços de ensino de inglês. Detalhe da ‘eficiência do projeto': serviços terceirizados para aulas não obrigatórias, fora do horário regular dos estudantes. Custo do acepipe aos cofres públicos: R$ 41 milhões por ano. Total destinado a mesma finalidade nos centros de inglês do Estado (sim, eles existem): R$ 810 mil. Em síntese, Serra e Paulo Renato gastaram R$ 507 reais por aluno fora da rede num projeto no mínimo mal desenhado. Reservaram ao ensino público equivalente R$ 14 por aluno. É a velha metodologia tucana: sucatear o que é público para legitimar o privado. A guerra suja dentro do PSDB de São Paulo soa como um balão de ensaio: Serra quer se impor nacionalmente como única alternativa tucana em 2014. Seus métodos são conhecidos. A disputa assume contornos de uma embate sem volta entre a corda e o pescoço. Resta saber quem será o pescoço.



(Carta Maior; 3º feira, 26/04/2011)
 
Leia mais no sítio:
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?alterarHomeAtual=1

terça-feira, 19 de abril de 2011

Internet lenta e cara entrava a indústria

Por Altamiro Borges

Estudo divulgado na semana passada pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) confirma que a internet no Brasil é cara, lenta, com cobertura geográfica desigual e com metas de expansão muito tímidas para as necessidades do país. Este quadro negativo, segundo a entidade, tende a ser um forte obstáculo ao crescimento industrial e ao desenvolvimento econômico do país.
No Brasil, a conexão à velocidade de 1 Mbps custa, em média, R$ 70,85 por mês, equivalente a US$ 42,80. Esse serviço custa US$ 9,30 na Alemanha, US$ 12,40 em Taiwan, US$ 28,60 no Canadá, e US$ 40 nos EUA. As disparidades regionais também são gritantes. No Amapá, a banda larga de 1 Mbps custa R$ 429,90, seis vezes a média nacional, devido às dificuldades de conexão.
Uma banda bem estreita
Além de caro, a internet é lenta. O serviço mais simples oferece velocidade de download de 150 Kbps (kilobyte por segundo, um milésimo de Mbps), cerca de cinco vezes menor do que a velocidade mínima considerada como banda larga nos EUA. No Japão, a velocidade mínima é de 12 Mbps, 80 vezes superior à brasileira; na França, de 8 Mbps, 53 vezes maior; na Itália, de 7 Mbps, 45 vezes mais rápida; e no Uruguai, de 3 Mbps, 20 vezes.
Preocupada com os lucros empresarias, a Firjan aponta a urgência da alteração deste quadro. Ela lembra que a internet de 100 Mbps é a ideal para as grandes empresas e que só existe em 13 Estados. Como forma de superar o gargalo, a entidade defende maiores investimentos públicos, mas também propõe o corte de tributos para o serviço.
PNBL: positivo, mas tímido
O estudo já foi encaminhado ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e ao presidente da Anatel, Ronaldo Sardenberg. A Firjan elogia as iniciativas do governo para expandir o serviço, através do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL) e do Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU). Mas observa que as metas ainda são tímidas.
Pelo plano do governo, até 2014 serão atendidos com serviços de conexão em banda larga 50% dos domicílios brasileiros, todas as micro e pequenas empresas e todos os órgãos públicos. Também deverão estar em operação pelo menos 100 mil telecentros. A Firjan lembra que, para 2014, a Alemanha prevê o atendimento de 75% dos domicílios com acesso à velocidade de 50 Mbps; e a Austrália, 90% dos domicílios com 100 Mbps, por rede de fibra ótica.

Leia mais no sítio do Altamiro Borges, abaixo:
http://altamiroborges.blogspot.com/2011/04/internet-lenta-e-cara-entrava-industria.html

Os sacerdotes da privataria e seus braços ideológicos

É de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que Gustavo Ioschpe, articulista da revista Veja, faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. O artigo é de Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama, Eveline Algebaile, Vânia Cardoso da Mota e Hélder Molina.

Vários meios de comunicação utilizam-se de seu poder unilateral para realizar ataques truculentos a quem ousa contrariar seus interesses. O artigo de Gustavo Ioschpe, da edição de 12 de abril de 2011 da revista Veja (a campeã disparada do pensamento ultra-conservador no Brasil), não apenas confirma a opção deliberada da revista em atuar como agência de desinformação – trafegando interesses privados mal disfarçados de interesse de todos –, como mostra o exercício dessa opção pela sua mais degradada face, cujo nível, deploravelmente baixo, começa pelo título – “hora de peitar os sindicatos”. Com a arrogância que o caracteriza como aprendiz de escriba, desde o início de seu texto, o autor considera patrulha ideológica qualquer discordância das suas parvoíces.

Na década de 1960, Pier Paolo Pasolini escrevia que o fascismo arranhou a Itália, mas o monopólio da mídia a arruinou. Cinquenta anos depois, a história lhe deu inteira razão. O mesmo poderia ser dito a respeito das ditaduras e reiterados golpes que violentaram vidas, saquearam o Brasil, enquanto o monopólio privado da mídia o arruinava e o arruínam. Com efeito, os barões da mídia, ao mesmo tempo em que esbravejam pela liberdade de imprensa, usam todo o seu poder para impedir qualquer medida de regulação que contrarie seus interesses, como no caso exemplar da sua oposição à regulamentação da profissão de jornalista. Os áulicos e acólitos desta corte fazem-lhe coro. 

O que trafega nessa grande mídia, no mais das vezes, são artigos de prepostos da privataria, cheios de clichês adornados de cientificismo para desqualificar, criminalizar e jogar a sociedade contra os movimentos sociais que lutam pelos direitos que lhes são usurpados, especialmente contra os sindicatos que, num contexto de relações de super- exploração e intensificação do trabalho, lutam para resguardar minimamente os interesses dos trabalhadores.

Os artigos do senhor Gustavo Ioschpe são um exemplo constrangedor dessa “vocação”. Os argumentos que utiliza no artigo recentemente publicado impressionam, seja pela tamanha tacanhez e analfabetismo cívico e social, seja pelo descomunal cinismo diante de uma categoria com os maiores índices de doenças provenientes da super-intensificação das condições precárias de trabalho.

Um dos argumentos fundamentais de Ioschpe é explicitado na seguinte afirmação:

"Cada vez mais a pesquisa demonstra que aquilo que é bom para o aluno na verdade faz com que o professor tenha que trabalhar mais, passar mais dever de casa, mais testes, ocupar de forma mais criativa o tempo de sala de aula, aprofundar-se no assunto que leciona. E aquilo que é bom para o professor – aulas mais curtas, maior salário, mais férias, maior estabilidade no emprego para montar seu plano de aula e faltar ao trabalho quando for necessário - é irrelevante ou até maléfico aos alunos".

A partir deste raciocínio de lógica formal, feito às canhas, tira duas conclusões bizarras. A primeira é relativa à atribuição do poder dos sindicatos ao seu suposto conflito de interesses com “a sociedade representada por seus filhos/alunos”: “É por haver esse potencial conflito de interesses entre a sociedade representada por seus filhos/alunos e os professores e funcionários da educação que o papel do sindicato vem ganhando importância e que os sindicatos são tão ativos (...)”.

A segunda, linearmente vinculada à anterior, tenta afirmar a existência de uma nefasta influência dos sindicatos sobre o desempenho dos alunos. Neste caso, apóia-se em pesquisa do alemão Ludger Wossmann, cujas conclusões o permitiriam afirmar que “naquelas escolas em que os sindicatos têm forte impacto na determinação do currículo os alunos têm desempenho significativamente pior”.

Os signatários deste breve texto analisam, há mais de dois anos, a agenda de trabalho de quarenta e duas entidades sindicais afiladas à Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) e acompanham ou atuam como afiliados nas ações do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior - ANDES-SN. O que extraímos destas agendas de ação dos sindicatos é, em tudo, contrário às delirantes e deletérias conclusões do articulista.

Em vez de citar pesquisas de segunda mão, para mostrar erudição e cientificidade em seu argumento, deveria apreender o que demanda uma análise efetivamente científica da realidade. Isto implicaria que de fato pesquisasse sobre a ação sindical docente e sobre os processos econômico-sociais e as políticas públicas com as quais se confrontam e dialogam e a partir das quais se constituem. Não imaginamos que um filho de banqueiros ignore que os bancos, os industriais, os latifundiários, a grande mídia têm suas federações ou organizações que fazem lobbies para ter as benesses do fundo público. 

Um efetivo envolvimento com as pesquisas e com os processos sociais permitiria ao autor perceber onde se situam os verdadeiros antagonismos e “descobrir” que os sindicatos não se criaram puxando-se de um atoleiro pelos cabelos – à moda do Barão de Münchhausen –, auto inventando-se, muito menos se confrontando com os alunos e pais de alunos.

As análises que não levam isto em conta, que se inventam puxando-se pelos cabelos a partir dos atoleiros dos próprios interesses, não conseguem apreender minimamente os sentidos dessa realidade e resultam na sequência constrangedora de banalidades e de afirmações levianas como as de Ioschpe.

Uma das mais gritantes é relativa ao entendimento do autor sobre quem representa a sociedade no processo educativo. É forçoso lembrar ao douto analista que os professores, a direção da escola e os sindicatos também pertencem à sociedade e não são filhos de banqueiros nem se locupletam com vantagens provenientes dos donos do poder.

Ademais, valeria ao articulista inscrever-se num curso de história social, política e econômica para aprender uma elementar lição: o sindicato faz parte do que define a legalidade formal de uma sociedade capitalista, mas o ultra conservadorismo da revista na qual escreve e com a qual se identifica já não o reconhece em tempos de vingança do capital contra os trabalhadores.

Cabe ressaltar que todos os trocadilhos e as afirmações enfáticas não conseguem encobrir os interesses privados que defende e que afetam destrutivamente o sentido e o direito de educação básica pública, universal, gratuita, laica e unitária.

Ao contrário do que afirma a respeito da influência dos sindicatos nos currículos, o que está mediocrizando a educação básica pública é a ingerência de institutos privados, bancos e financistas do agronegócio, que infestam os conteúdos escolares com cartilhas que empobrecem o processo de formação humana com o discurso único do mercado – educação de empreendedores. E que, muitas vezes com a anuência de grande parte das administrações públicas, retiram do professor a autoridade e autonomia sobre o que ensinar e como ensinar dentro do projeto pedagógico que, por direito, eles constroem coletivamente e a partir de sua realidade.

O que o sr. Ioschpe não mostra, descaradamente, é que esses institutos privados não buscam a educação pública de qualidade e nem atender o interesse dos pais e alunos, mas lucrar com a venda de pacotes de ensino, de metodologias pasteurizadas e de assessorias.

Por fim, é de um cinismo e desfaçatez vergonhosa a caricatura que o articulista faz da luta docente por condições de trabalho e salário dignos. Caberia perguntar se o douto senhor estaria tranquilo com um salário base de R$ 1.487,97, por quarenta horas semanais, para lecionar em até 10 turmas de cinquenta jovens. O desafio é: em vez de “peitar os sindicatos”, convide a sua turma para trabalhar 40 horas e acumular essa “fortuna” de salário básico. Ou, se preferir fazer um pouco mais, trabalhar em três turnos e em escolas diferentes. Provavelmente, este piso para os docentes tem um valor bem menor que o que recebe o articulista para desqualificar e criminalizar, irresponsavelmente, uma instituição social que representa a maior parcela de trabalhadores no mundo.

Mas a preocupação do articulista e da revista que o acolhe pode ir aumentando, porque quando o cinismo e a desfaçatez vão além da conta, ajudam a entender que aqueles que ainda não estão sindicalizados devem fazê-lo o mais rápido possível. 

Gaudêncio Frigotto, Zacarias Gama, Eveline Algebaile são professores do
Programa de Pós Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPFH/UERJ).

Vânia Cardoso da Mota é professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro e colaboradora do PPFH/UERJ.

Hélder Molina é educador, assessor sindical e doutorando do PPFH/UERJ.

Este artigo foi publicado originalmente na Revista Carta Maior, leia mais no sítio abaixo: