A desvalorização do povo brasileiro é um processo político que tem a ver com a dominação cultural e econômica praticada por séculos pelos portugueses, ingleses e, atualmente, norte-americanos, para a manutenção de interesses, que não são os nossos.
O processo parte de premissas básicas como estas: outros povos são mais educados, todo político brasileiro é corrupto, o povo brasileiro não gosta de trabalhar, as paisagens européias e norte-americanas são mais bonitas que as brasileiras, a música clássica e a melhor música do mundo, música caipira é música de pobre, o índio não gosta de tomar banho, o índio não gosta de trabalhar, pobre é feio, sindicalista é desonesto, aqui nada presta, dentre outras, desconstruindo a nossa cultura, as nossas tradições e a nossa cidadania por meio da discriminação e do preconceito.
Como conclusão lógica cria-se o entendimento subliminar de que somos uma sub-raça, um povo de segunda categoria, não valemos nada e temos de nos submeter aos outros povos mais “inteligentes” e “capazes”.
Dessa forma, graças à propaganda veiculada pela mídia vil, a submissão é aceita por todos como consequência dessas características tão desfavoráveis, criando um “complexo vira-lata” na população, conforme a percepção de Nelson Rodrigues.
Por meio de mudanças dessas atitudes em relação aos nossos compatriotas, a busca por um entendimento do momento político, a obtenção de informações fora do sistema midiático comercial e o questionamento racional destas, poderemos, a partir daí, conceber um país menos carente e desigual, o que fará com que este povo se direcione e encontre os seus verdadeiros objetivos como nação.
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