sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A renúncia de Jânio Quadros

“ESPERAVA UM LEVANTAMENTO POPULAR E QUE OS MILITARES E A ELITE NÃO PERMITISSEM A POSSE DO JANGO”, FOI O QUE MEU AVÔ ME DISSE, NO LEITO DO HOSPITAL

25 de Agosto de 2011 às 17:47


Janio Quadros Neto

Há quem argumente que o mês de agosto é maldito na história política do Brasil: foi o mês que presenciou dois dos eventos mais traumáticos da história brasileira, o suicídio do presidente Getulio Vargas no dia 24 de agosto de 1954 e a renúncia do presidente Jânio Quadros no dia 25 de agosto de 1961. Agosto de 2011 indiscutivelmente tem sido turbulento e difícil para a atual titular do Palácio do Planalto.

 Hoje é o quinquagésimo aniversário da renúncia do meu avô ao cargo de presidente do Brasil. Em vida, sempre fez mistério sobre os reais motivos da renúncia que tanto chocou e marcou a nação.Jânio era por natureza uma personalidade misteriosa, histriônica, surpreendente. Usou o episódio da renúncia entre aquele dia fatídico e sua morte para gerar mistério, especulação e polêmica. Quando questionado sobre as razões da renúncia, reagia com ironia ou agressividade intelectual.

 Lembro-me de um almoço no Guarujá, no início da década de 80, em que, ao ser questionado sobre o que o levou a renunciar, meu avô respondeu: “Porque a comida no Palácio da Alvorada era uma porcaria, como é na sua casa”. Depois disso, fiquei com receio, e só conversei com Jânio sobre isso no trigésimo aniversário da renúncia, no dia 25 de agosto de 1991.


 Ao ouvi-lo, Jânio ficou bastante irritado e até xingou em reação ao que ouviu. Naquele momento, criei coragem e perguntei: “Então por que você renunciou?”.

 Jânio respondeu: “Aqueles que os deuses querem destruir, eles primeiro os fazem presidentes do Brasil. Quando assumi a Presidência, não sabia a verdadeira situação político-financeira do país. A renúncia era para ter sido uma articulação, nunca imaginei que ela seria de fato executada. Imaginei que voltaria ou permaneceria fortalecido. Foi o maior fracasso da história republicana do Brasil, o maior erro que cometi. Esperava um levantamento popular e que os militares e a elite não permitissem a posse do Jango, que era politicamente inaceitável para os setores mais influentes da nação na época”.

 Lembro-me de outra afirmação marcante: “A coisa mais difícil de se fazer quando você está no poder é manter a noção da realidade. Ser presidente é a suprema ironia, por ser um todo-poderoso e um escravo ao mesmo tempo”.

 Embora vá ser sempre lembrado pela renúncia e pelas consequências disso, a história não pode ignorar ou esquecer seus atributos.


 Sou suspeito, mas as administrações de Jânio foram marcadas por resultados positivos muito claros.


 Churchill disse uma vez que a política é bem mais perigosa do que a guerra. Isso porque na guerra você só pode morrer uma vez. Creio que o genial estadista tinha razão.


JÂNIO QUADROS NETO é neto de Jânio Quadros (1917-1922), que renunciou à Presidência em 25 de agosto de 1961, e coautor do livro “Jânio Quadros: Memorial à História do Brasil”.

Copiado do sítio:
http://www.brasil247.com.br/pt/247/poder/13037/A-renúncia-de-Jânio-Quadros.htm



Opinião do Helinho de Barros:

Jânio teve contra si a dívida externa brasileira deixada por Juscelino e o apoio da UDN que representava o mais anacrônico e o pior do conservadorismo direitista brasileiro, quando dele precisou, abandonaram-no e a nós brasileiros. Foi vitimado pelos interesses norte-americanos no país, que viram com maus olhos os acordos que o Brasil faria com a China e outros países do bloco socialista e por andar em má companhia. O resto foi mesmo uma manobra política mal realizada.


Lembro-me de um artigo publicado pela FSP de autoria de Saulo Ramos, este contando o fato da renúncia, há alguns anos atrás. Onde ele disse que: após a entrega da carta ao Ministro da Justiça Oscar Pedroso Horta, que traiu o chefe e a levou imediatamente ao Presidente do Senado Auro de Moura Andrade, Jânio e Saulo embarcaram em um avião para São Paulo e chegando ao escritório de Vicente Rao, advogado constitucionalista, para que este visse a carta da renúncia e expressasse sua opinião. Após ler e examinar a situação ele disse algo como: “Dr. Jânio, o senhor acabou de renunciar a presidência da República”.

A presidenta Dilma, tem contra si a imprensa corrupta brasileira, que vem minando seu governo como minou o do ex-presidente Lula, com mentiras e distorções, do tipo “terrorista” e “cachaceiro”, na tentativa desestruturar um governo voltado para o Brasil e para os brasileiros, na defesa dos mesmos interesses.

Trecho da carta de renúncia de Jânio Quadros:

"Desejei um Brasil para os brasileiros, afrontando, nesse sonho, a corrupção, a mentira e a covardia que subordinam os interesses gerais aos apetites e às ambições de grupos ou de indivíduos, inclusive do exterior."

Leia a íntegra no sítio:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_Ren%C3%BAncia_de_J%C3%A2nio_Quadros
















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