quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Chávez e o reino decadente

Que se cale o reizinho inconformado com a discussão que se envolviam Chávez e Sapatero, dois chefes de Estado. Ele, ou qualquer outro monarca, não tem condições morais de se manifestar em uma discussão crítica onde o ofendido era o ex-Primeiro Ministro Aznar, que concorreu de maneira imoral em uma tentativa frustrada de golpe contra um governo legitimamente eleito no qual Chávez era o prejudicado e muito menos mandar um deles calar-se. Que se cale o colonialismo. Jamais esse títere, apoiador do fascismo de Franco, teria coragem de mandar um governante do primeiro mundo calar-se, ele tem que ser lembrado de que o colonialismo acabou e seus netos não terão vida fácil a custa dos países da América Latina, quiça da Espanha.
Gostem ou não de Chávez ele tem sido o porta voz do inconformismo da América do Sul contra o espólio que tem nos submetido os cartéis multinacionais nessas últimas décadas, ao tomar conta do petróleo venezuelano contrariou os mais variados interesses, no entanto, e assim, Brasil e outros países do continente se fecham em copas quando se trata do que Chávez fala, os únicos a se manifestarem contra, foram alguns parlamentares brasileiros, representando a eterna direita conservadora e reacionária quando da cassação dos direitos de concessão da RCTV, patrocinadora, também, da mesma tentativa mencionada, como se eles representassem alguma democracia ou pudessem manifestar sobre isso em nome do povo brasileiro.
Como no Brasil, canal de televisão é concessão expedida pelo Estado e uma vez vencida este pode renovar ou não, ao império do Estado cabe a decisão discricionária, como houve um precedente grave, nada mais justo que a cassação da concessão, pois, se fosse em um dos países de primeiro mundo, ditos democráticos, os responsáveis pelo apoio ao golpe estariam presos e condenados à morte.
Entretanto, Chávez foi paciente a ponto de esperar o fim da concessão, para então não renová-la.
Então, que se calem aqueles que tem nos explorado por todas essas décadas, impondo regras e obrigando a miséria aos povos de países ricos como o Brasil, através de golpes patrocinados pela CIA e seus asseclas, ou ainda, sanções econômicas e restrições pessoais aos cidadãos dos países explorados, quando sem outro caminho a seguir, tentam ir para o primeiro mundo em um sonho utópico.

domingo, 5 de agosto de 2007

ACIDENTES AÉREOS

Os acidentes aéreos sempre foram comoventes, talvez pela característica do meio de transporte o "mais pesado que o ar" desafia a natureza ao colocar no ar até 500 pessoas de uma vez, muitas delas rezando para o avião desça logo, entrementes, tornou-se um meio de transporte tão importante pelas distâncias percorridas e rapidez desenvolvidas pelas aeronaves, que aqueles que voam se predispõem aos riscos que porventura corram.
Na verdade, a modernidade deixou este meio de transporte tão seguro que, segundo estatísticas, a possibilidade de morrer em um acidente aéreo é a mesma de ser atingido por um raio, um risco algo em torno de um por milhão, ou seja, uma chance em um milhão de ser atingido pelo tal raio, que sem dúvida tem que ser fatal, senão não vale.
Mas, em nosso país as coisas acontecem e por coincidência de maneira mais trágica que o normal a ponto de em menos de um ano, dois acidentes ceifarem 353 vidas, após um tempo razoável sem acidentes, o último de grandes proporções acorreu em 1996, em São Paulo, no mesmo aeroporto que se deu o último, ambas as vezes, pelas más condições operacionais, que há 10 anos atrás já não suportava as condições de tráfego, que continuaram a colocar em risco aqueles que voam até hoje.
Portanto, há 10 anos os nossos irresponsáveis administradores estão sem solução para um problema que até pode durar mais 10 anos, mais 10 anos, mais 10 anos ...
Para que não haja solução mesmo, agora uns culpam os outros. Os administradores culpam os operadores, que culpam o governo, que culpa o ministro, que culpa o outro ministro, que culpava o outro governo, que culpava os operadores, que culpavam os administradores e assim vai.
Será que no Brasil essa estatística funciona? Neste momento não está funcionando não, melhor viajar de ônibus, já que trem não tem mais, que pena, trem era tão bom e seguro, bem melhor que as atuais estradas por onde circulam os ônibus, que tem contra elas estatísticas mostrando que no ano passado morreram mais de 30.000 viajantes.
Pelo jeito o melhor é andar a pé e correr o risco do raio.

terça-feira, 31 de julho de 2007

O abuso armamentista

Ocorreu em novembro de 1963, quando em seu último discurso para a TV, o então presidente dos Estados Unidos da América John F. Kennedy, disse: "A palavra "segredo" é repugnante numa sociedade livre e aberta. Opomo-nos total e historicamente às sociedades secretas, juramentos e procedimentos secretos. Opor-nos-emos em qualquer parte do mundo a conspirações monolíticas e insensatas que sigilosamente vão expandindo as suas esferas de influências, com infiltração em vez de invasão, em subversão em vez de eleição, em intimidações em vez de liberdade de escolha. É um sistema que tem aprisionado pessoas e coisas, a tê-las bem organizadas. Uma máquina suprema e eficiente, que combina militares, diplomacia, inteligência, economia, ciência e política. As suas tarefas são escondidas, não publicadas. Os seus erros são enterrados, não divulgados. Os desacordos são silenciados, não orientados. Nenhuma despesa é questionada, nenhum segredo é revelado. Essa foi a razão pela qual o legislador grego Solon considerou crime qualquer cidadão que se acovarde perante a discussão. Estou pedindo ajuda em uma tremenda tarefa de informar e alertar o povo americano. Crente que com sua ajuda as pessoas serão aquilo que nasceram para ser: livres e independentes". Foi morto a tiros na metade do mandato por um seu concidadão, pelas forças ocultas que controlam o país, após denunciar sociedades secretas que conspiravam contra seu próprio povo, entranhadas nas forças armadas, na diplomacia, na economia, nas ciências e na política. O assassino, chamado Lee Oswald, decerto, acreditou estar fazendo algo para o seu país e foi também assassinado em seguida, por outro, que também acreditou nisso, uma vez que ambos pertenciam a mesma entidade, a CIA. E fez algo pelo seu país, de maneira consciente e com resultados inconcientes, logo após estes fatos, o país entrou em uma guerra absurda sob a égide de proteger o Vietnam do comunismo. Foram escorraçados pelo povo vietnamita, que não aceitaram a ingerência em assuntos próprios. Mas, contudo, a indústria armamentista lucrou uma fortuna, o que, sem dúvida, favoreceu o poderio bélico dos EEUU no mundo, reduziram a pó a mística da União Soviética, sua única rival. Quanto aos que sucumbiram, de ambas as partes na carnificina patrocinada pelos homens de negócios, nada mais natural, afinal morre gente todo dia e todas elas sem saber porque viveram e, muito menos, de porque morreram (lógico!). Deixando um vácuo na sociedade no qual pela ausência de pulsão, esta morre aos poucos.
A indústria bélica tem fome e não pára, tanto que hoje, o foco da carnificina no Oriente Médio: Iraque, Irã, Israel, Palestina, Líbano, Síria, na Ásia com o Afeganistão. A América Latina com a Venezuela e Brasil são os novos pontos de convergência de seus interesses. E depois?

CUIDAR DA AMÉRICA LATINA

O Brasil, graças a sua formação continental, tem importância essencial na garantia da segurança politica e econômica quando se trata da constituição de qualquer bloco econômico na América do Sul. Infelizmente, a formação do Mercosul ainda sofre as consequências da indiferença política relegando ao papel e à burocracia, ou, às teorias ilusórias e, principalmente, a mesquinharia de governos defensores de interesses, que não os nossos, através de discursos primorosos, mas, de conteúdo vazio e finalidade protelatória a sua continuidade e efetivo fortalecimento.
Temos acompanhado por décadas a decadência social e política e as agruras que o povo tem sofrido ao longo desse tempo e decorrente disso, o que mais nos impressiona, é a irreverência dos governos desde os anos 60, quando o mundo começou a sofrer transformações radicais em direção ao conhecimento e a tecnologia e, no entanto, a partir daí começou a corrupção da infra-estrutura do país, apesar de dívidas caríssimas contratadas no exterior via FMI, Banco Mundial, BIRD, até mesmo uma tal Aliança para o Progresso entrou no contexto da administração pública brasileira, aliança esta que sem dúvida não foi para o nosso progresso.
Vimos, com desalento, a rede viária e portuária serem seguidamente inutilizadas e em um país continental como o nosso, destruiram os portos, a malha rodoviária e uma imensa rede ferroviária, notadamente, nas regiões onde ela era mais importante - no sul, sudeste e centro-oeste - por fim, deixaram o país descalço.
O que foi feito com a educação, então, uma tragédia, reformas e mais reformas, deterioram o sistema educacional onde haviam orgulhosos e cultos professores, graças a remuneração condizente com a importância da profissão. Imaginem! Era possível viver como professor, e mais, até mesmo sustentar a família. Hoje, mal pagos, sujeitos a carga horária dupla, às vezes, tripla de trabalho, não conseguem melhorar a sua própria qualidade de vida, assim, como irão melhorar a qualidade de vida de alguém, ou mesmo, transformar em profissionais as pessoas advindas de uma população carente de conhecimento, sem ao menos ter condição para acrescer ou investir em si próprio. O caráter transformador da educação foi relegado ao porão da sociedade. Deixaram o país sem voz.
Transformaram um excelente país civil em um estado policial, um policial hoje ganha até o triplo do valor do salário de um professor, ou seja, algo está muito errado, não que o policial deva ser subjugado pelo salário, mas como justificar uma diferença tão grande socialmente.
Derrotaram o país em uma revolução sem um único tiro, o país sofreu uma transformação radical e violenta na sua estrutura econômica, política e social sem ao menos que a população se desse conta, sem que soubesse que estava sendo espoliada em seu patrimônio, a partir daí, vieram os tiros, mas na forma de bala perdida e de impunidade.
Mas, afinal, foi só isso? Não houve benefício para ninguém? Todos perderam?
Não! Claro que não!Temos hoje uma elite dominante altamente estruturada e rica, riquíssima, domina o capital da nação com destreza, especula com juros, ganha rios de dinheiro emprestando ao mesmo governo que tira do povo o inimaginável e, em seguida, mantém os juros altos para devolver àqueles mesmos os próprios juros, pura mágica econômica, porque ninguém consegue explicar como isso é possível e também como mudar este estado de coisas. A curiosidade disso fica por conta de que estes milionários são sempre membros dos três poderes da nação, ou fizeram parte dele, ou ainda, estão mancomunados com eles.
Mas a população não se manifesta? Não fica revoltada? Não ameaça com uma revolução sangrenta?
É, deveria, mas ela sofreu uma forte dominação moral proveniente de uma estratégia ideológica que convenceu a população e a própria elite brasileira que o american way of life é o padrão ideal de vida para todos, que a felicidade está no consumismo exacerbado, tanto para aqueles que podem, como para aqueles que não podem, mas tentam por seus próprios meios.
Os EUA a partir da década de 60, como agora confirmam documentos do governo de lá, que na época, contribuiram para a destituição de um governo legítimamente eleito por meio de intrigas e patrocínio de bandidos, para nossa infelicidade alguns ainda vivos e soltos, compondo com os que estavam ao seu soldo, convenceram a classe média e políticos ingênuos dos perigos do comunismo e, a partir de então, passaram a garantir a nossa segurança usando do subterfúgio da filantropia, como o bicheiro e o traficante, ao facilitar a formação de uma minoria para difundir o seu padrão social disponibilizando a sua estrutura social e cultural a toda sociedade brasileira, propagando que se é bom para os EUA é bom para o Brasil também.
Portanto, lutar para que a América do Sul seja dos sulinos é obrigação e essencial para a nossa sobrevivência e resguardo do mínimo que nos resta em dignidade e patrimônio, buscando uma divisão melhor de rendas, inserindo todos na riqueza incomensurável deste país e da América do Sul, restringindo o acesso aos nossos valiosos bens, ou então, vendendo-os ao seu real valor.
É o que nesse momento tem feito Lula, Rafael Corrêa, Hugo Chávez e Evo Morales pelos seus países, que inicialmente, refutaram a influência americana sobre a administração dos bens patrimoniais da nação devolvendo a quem de direito o lucro dos riquíssimos negócios que dispõem. Aí, então, levantaram-se as vozes da indignação, mas não lá, nos países mais interessados, onde estão os grandes monopólios, os verdadeiros donos do poder e do lucro, mas aqui, no nosso próprio continente, a mídia, de um modo geral, lançou impropérios de indignação contra atitudes tão antidemocráticas, ficaram horrorizados com o retrocesso econômico, mostraram estes governantes como demônios que vieram para ressuscitar o comunismo, cada jornal ou televisão mostrava a sua caricatura de cada um deles, como louco desvairado, como palhaço, como um índio extravagante. O congresso nacional enviou uma menção de repúdio ao comportamento do presidente da Venezuela, quando este não renovou o contrato da rede de televisão que ajudou um bando na tentativa de golpe de estado, contra um governo legitimamente eleito, sendo essa renovação, tanto lá como aqui, uma prerrogativa do governo, por ser uma concessão pública, no entanto, quando a população venezuelana morria de fome e doenças de toda ordem, ninguém aqui teve um mínimo de sensibilidade para se manifestar. Nem quanto aos nossos, que tem padecido do mesmo mal nestas últimas décadas, houve manifestação qualquer do Congresso Nacional repudiando tal situação e fazendo algo efetivo para o fim definitivo de tal ambiente, sendo que, o Brasil é um país com patrimônio muito maior e muito mais rico que qualquer dos países da América Latina.
O Brasil, graças as suas dimensões territoriais, a riqueza da sua geografia econômica e densidade demográfica, tem o potencial necessário para se rivalizar economicamente com a hegemonia norte-americana na America Latina, então, há um interesse grande dos norte-americanos e europeus em manter a situação sob controle, conservando uma relação de amizade de maneira a preservar seus interesses melhorando sempre as relações com a elite brasileira, fazendo com que esta acredite ser o melhor para o país deixar ser influenciada pelos interesses corporativos e não se desenvolva economica e militarmente em padrões que cause risco a supremacia norte-americana no continente.