sexta-feira, 20 de maio de 2011

Folha se precipita e entrega o jogo: alvo não é Palocci, é Dilma







A edição de hoje da Folha entrega o jogo. Todo mundo estava se perguntando o porquê de tanto fogo em Palocci, um homem do mercado, tido por muitos petistas como um "deles". A Folha hoje responde: porque o alvo é Dilma e o governo do PT.
Começa na primeira página, em parte reproduzida aí em cima. "Empresa de Palocci faturou R$ 20 mi no ano da eleição".

Misturando dinheiro de Palocci com dinheiro de campanha pode-se ampliar o leque da investigação, não é, Folha? Se levarmos em conta que Palocci é do PT e foi coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República, pode-se especular se o dinheiro seria sobra não-contabilizada da campanha de Palocci, do PT ou de Dilma - mas como diferenciar, não é, Folha? Esse seria o caminho natural do processo. Mas a Folha se precipitou, e, pior, se entregou. Mostro como:

Repare na imagem ao lado. É cópia do que está hoje nesta página da Folha (dei print screen, viu Folha?), que o assinante pode conferir ao vivo aqui. A diferença está nos destaques que dei em amarelo e vermelho, na frase e nas duas estrelinhas. A frase puxa Dilma para a roda: "Receita de consultoria deu salto no ano da eleição de Dilma para Presidente". E as estrelinhas? O que fazem ali as estrelinhas que não estão presentes em nenhuma outra reportagem da Folha de hoje, apenas nesta? Simples coincidência? E que a estrela seja o símbolo do PT é apenas outra coincidência?

Então, ao texto da repórter Cátia Seabra.

A empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, faturou R$ 20 milhões no ano passado, quando ele era deputado federal e atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República.
Segundo duas pessoas que examinaram números da empresa e foram ouvidas pela Folha, o desempenho do ano passado representou um salto significativo para a a consultoria, que faturou pouco mais de R$ 160 mil no ano de sua fundação, 2006.

Entendemos, Folha. No ano em que Palocci "atuou como principal coordenador da campanha de Dilma Rousseff à Presidência da República" sua empresa deu um salto.
Mas a comparação é com o ano de 2006, o de criação da empresa. E os outros, 2007, 2008, 2009, qual o faturamento? E, já que vocês tiveram acesso ao papelório, porque não divulgaram os anos anteriores? Por que também se esqueceram de dizer que 2006 também foi ano eleitoral, Lula se reelegeu presidente e Palocci se elegeu deputado federal?

Numa reportagem complementar vem a informação de que a receita da empresa de Palocci é similar à das maiores do ramo no país. Só que nenhuma delas tinha à frente o ex-czar da economia do governo Lula, não é? Alguém que havia recém saído do governo e que pertencia (pertence) ao PT.

Aí vem o fecho, com outra reportagem que afirma: Empreiteira com negócios públicos contratou Palocci (aqui, para assinantes). E vai direto ao assunto:
O grupo WTorre, que fechou negócios com fundos de pensão de estatais e com a Petrobras, foi um dos clientes da empresa de consultoria do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci.

A empreiteira também fez doações de campanha a Palocci (R$ 119 mil), em 2006, e a Dilma Rousseff (R$ 2 milhões), no ano passado.

A partir daí, a reportagem elenca uma série de contratos do grupo WTorre (que "diz manter ativos de R$ 4 bilhões em 200 projetos"), em anos diferentes, sem dizer em momento algum que qualquer deles teve a participação da empresa de Palocci. Os dados são jogados para que o leitor incauto faça a tal ligação.

Ou seja, o ataque a Palocci era para que ele justificasse o aumento de seu patrimônio? Não, era para fazer com que a Petrobras, Previ, a campanha de Dilma, o governo venham a público justificar por que fizeram tal e tal negócio com tal e tal empresa.

Ah, antes que me esqueça. Ao final da reportagem, envergonhadinha, vem a informação:

Em 2010, além da doação de R$ 2 milhões à campanha de Dilma Rousseff, da qual Palocci era coordenador [esta ligação é o que eles querem deixar claro], também houve aporte para o tucano José Serra (R$ 300 mil), adversário na disputa.
Ou seja, a empresa jogou dinheiro no lixo. Aí Palocci deveria vir a público pelo menos para afirmar que isso não foi resultado de sua consultoria... Queima o filme.

Copiado do Blog do Melo:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/05/folha-se-precipita-e-entrega-o-jogo.html

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Advogado pede impeachment de Gilmar Dantas, que não gosta do MST

O advogado Alberto de Oliveira Piovesan entrou com um pedido de impeachment contra o Ministro do STF Gilmar Mendes, também conhecido como “Gilmar Dantas”, junto ao Senado Federal e a Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, em 12 de maio sob o número 2011.1803804-01, apresentando graves denúncias baseadas no comportamento do ministro .


Gilmar Mendes tem uma postura conservadora e defensora dos interesses da elite brasileira, sendo indicado para o cargo por FHC, em 2002, foi criticado por conceder dois habeas corpus sucessivos ao bilionário Daniel Dantas, quando este foi acusado de praticar cinco crimes financeiros em 2008 e por ligações com o Valerioduto, o que o levaria para a cadeia por um bom tempo, mas continua livre e tranquilo.

Gilmar Mendes é inimigo dos pobres e do MST, o qual disse receber dinheiro público de forma ilegal, fato que não foi provado pela falecida CPI do MST e, por isso, foi acusado de fazer acusações difamatórias e de criminalizar o movimento, após a invasão da fazenda Santa Bárbara de propriedade do bilionário Daniel Dantas, em março de 2009. Em nota divulgada na época, o MST, afirmou que crime é "terras públicas sendo vendidas a banqueiros corruptos que são soltos pelo mesmo juiz que faz acusações difamatórias aos movimentos sociais” .

Empreendida por deputados pagos pela Cutrale , a CPI instaurada pelo deputado Ônyx Lorenzoni (DEM/RS), pretendia provar que o MST vivia de verbas públicas e de maneira ilícita, como não se provou nada, morreu sem votação do relatório final e, sem que ao menos, houvesse uma única nota pela mesma mídia corrupta que lhe deu vida.

O processo instaurado contra os dirigentes do MST, após a invasão da Cutrale, foi extinto por decisão unânime da 3ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

No entanto, dezenas de trabalhadores rurais são mortos, vítimas de escravidão, de tortura ou ameaçados de morte no Brasil, todo ano. Em um único dia, em fevereiro deste ano, sete deles foram mortos na Bahia, um deles menor, ainda sem apuração dos culpados.

Denúncias do MST e da Comissão Pastoral da Terra contra grileiros, fazendeiros, madeireiros, são ignoradas pelas autoridades e pela mídia vil, que prefere defender os ricos, embora cessionário de concessão pública e como substituta do setor público deveria defender os interesses do cidadão, não o fazem e quando cooptados a fazer se dizem vítimas de ditadura.

Os crimes cometidos em Eldorado dos Carajás , em 17 de abril de 1996, pela Polícia Militar sob o comando do Coronel Pantoja, a mando do Secretario de Segurança Pública do Pará, Paulo Sette Câmara e do governador do Estado Almir Gabriel, quando mataram a tiros 19 trabalhadores rurais, continuam sem punição a qualquer dos envolvidos - policiais, fazendeiros, jagunços e políticos, até hoje ninguém foi para a cadeia.

Leia a íntegra da petição no sítio: http://anexo.novojornal.com/70636_1.pdf
Leia sobre a CPI: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4550795-EI7896,00Senado+relator+da+CPI+do+MST+diz+que+nao+ha+irregularidades.html
Leia o que disse o MST: http://g1.globo.com/Noticias/Politica/0,,MUL1025703-5601,00.html
Leia sobre os deputados corruptos e quais partidos pertencem: http://www.mst.org.br/node/8460
Leia sobre os crimes contra trabalhadores rurais: http://carosamigos.terra.com.br/index/index.php/direto-dos-movimentos/1613-nota-da-comissao-pastoral-da-terra-mostra-dados-sobre-conflitos-no-campo-
Leia sobre Eldorado dos Carajás: http://pt.wikipedia.org/wiki/Massacre_de_Eldorado_dos_Caraj%C3%A1
Leia mais sobre o impeachment de Gilmar Dantas: http://www.conversaafiada.com.br/brasil/2011/05/16/advogado-pede-impeachment-de-gilmar-ao-senado-e-a-oab/

sexta-feira, 6 de maio de 2011

OS NAVIOS DA VALE E O FIM DA HISTÓRIA

Por Mauro Santayana

A Vale recebeu este mês o VALE BRASIL, primeiro de sete super-navios encomendados ao estaleiro Daewoo Shipbuilding & Marine Engineering Co, da Coréia do Sul. Com 362 metros de comprimento e 65 metros de largura, a embarcação tem capacidade para 400 mil toneladas e é o maior do mundo em sua categoria. Dinheiro que poderia ficar aqui se a Vale tivesse decidido – a exemplo da Petrobras - construir grandes navios no Brasil, contribuindo decisivamente para a recuperação da indústria naval e a geração de empregos em solo brasileiro.


Pode-se alegar que as siderúrgicas da Coréia do Sul – e por extensão, seus estaleiros - são clientes da Vale na compra de minério de ferro. Mas com certeza não foi mandando construir seus navios no Brasil que os sul-coreanos se transformaram em um dos países mais industrializados do mundo ao longo dos últimos 25 anos. Os Tigres Asiáticos, começando pelo Japão, ainda no final do Século XIX, e assim como está acontecendo com a China hoje, só cresceram por causa da decisão política de estabelecer uma indissolúvel e permanente aliança estratégica entre governo e iniciativa privada de capital nacional, para a competente substituição de importações e a conquista de mercados externos, agregando continuamente valor aos seus produtos e exportações. Lá fora, essa é a regra. Aqui, quando o governo tenta fazer a mesma coisa, todo mundo cai de pau no “perigo de reestatização” e no “nacionalismo anacrônico”, como se algum grande país do mundo – como o próprio Japão, os Estados Unidos, a Alemanha, a China – tivesse chegado a algum lugar sem zelar por seus interesses e sem uma postura nacionalista clara por parte da sua população.

Só pode ser ingênuo – ou canalha - quem anuncia que o nacionalismo acabou em um mundo em que os países mais fortes se impõem aos mais fracos pela força das armas. Ou em que, como acontece na Europa, o nacionalismo é tão exacerbado que já se transformou em racismo – pergunte-se aos brasileiros que são rotineiramente revistados, humilhados e enviados de volta ao Brasil dos aeroportos espanhóis, por exemplo, – ou, ainda, no qual, como está acontecendo agora nos Estados Unidos, milhões de pessoas saem para as ruas carregando bandeiras e gritando USA ! USA ! USA ! para comemorar, como se fosse carnaval, a morte de um único homem. O nacionalismo não morreu, como não morreu a História. Ao contrário do que escreveu Francis Fukuyama depois da queda da União Soviética, essa velha senhora está vivíssima - e de vez em quando explode violentamente, como uma bofetada, na cara de quem defende a “pax americana”, a “governança global” e o fim das fronteiras - como aconteceu naquele fatídico 11 de setembro, quando o primeiro avião carregado de passageiros atingiu a Torre Sul do World Trade Center.

Leia mais no sítio:
http://www.maurosantayana.com/2011/05/os-navios-da-vale-e-o-fim-da-historia.html

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Mataram a pessoa errada, mas o mito Bin Laden permanece na defesa dos interesses econômicos.

A execução do mito Bin Laden está mais para uma tentativa de queima de arquivo eleitoreira, do que para uma vingança. Tanto uma como a outra são atentados a democracia, se os covardes assassinos a mando do “grande satã” não tivessem matado a pessoa errada e ao que parece também a sua família, em seguida jogado o corpo no oceano evitando qualquer identificação ulterior.


Nós somos espectadores de mais este atentado contra a democracia e os direitos humanos, em razão da invasão de um país e do fato da vítima estar desarmada, como fato notório, e, pelo jeito, ficará impune das autoridades mundiais, mesmo porque quem mandou matar e se regozijou com a morte foi, nada menos, que o prêmio Nobel da Paz e professor de Direito Constitucional no país dele!

Voltamos à mesma lengalenga dos atentados anteriores contra a democracia e os direitos humanos ocorridos contra o Iraque, Afeganistão e, agora, a Líbia, onde a morte de milhares de crianças, mulheres, velhos e outros civis são acobertados pela mídia canalha, como processos cirúrgicos de alta precisão e necessários.

A mídia delirante inventará, com base em informações insuficientes, os mais mirabolantes pretextos para confirmar e validar a impostura de mais um assassinato por um sistema que prefere e prega a impunidade e a violência.

O mito Bin Laben foi mantido vivo por dez anos, com a pretensa mentira da segurança mundial, uma vez morto – o mito, pois a pessoa, se existiu dada as circunstâncias, sua morte foi noticiada há quase dez anos, por problemas pulmonares pela Fox News, CBS, CNN e confirmado pelo presidente do Afeganistão Hamid Karzai, entendimento também do presidente do Paquistão Pervez Musharraf .

Em 2007, a ex-primeira ministra paquistanesa Benazir Bhutto, em entrevista a uma TV norte-americana disse que Bin Laben foi assassinado a mando do Sheik Omar Bakri Mohamed e em 2009, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari disse não ter ouvido sobre Bin Laben há 7 anos, “Penso que ele não está vivo.” Lembrando que os quatro sempre foram pró-EUA, ou seja, repetiram sempre a voz do dono.

A confirmação de que ele morreu, sem corpo, sem testemunhas, sem ao menos imagens, afogado depois de morto, é mais uma piada imposta por aqueles que querem manter as pessoas alienadas sob o conceito da segurança, do medo e longe da verdade, assim, oportunamente as levarem ao consumismo exacerbado e a manutenção de um sistema econômico-financeiro caótico, solapando dos pobres, cada vez mais, o pouco que lhes resta.

Seja nos sítios:
http://www.foxnews.com/story/0,2933,41576,00.html
http://www.cbsnews.com/stories/2002/07/17/attack/main515468.shtml
http://edition.cnn.com/2002/WORLD/asiapcf/central/10/06/karzai.binladen/
http://edition.cnn.com/2002/WORLD/asiapcf/south/01/18/gen.musharraf.binladen/
http://www.youtube.com/watch?v=UnychOXj9Tg
http://www.indianexpress.com/news/zardari-says-osama-dead/515725

terça-feira, 3 de maio de 2011

O brasileiro e o "complexo de vira-lata"

A desvalorização do povo brasileiro é um processo político que tem a ver com a dominação cultural e econômica praticada por séculos pelos portugueses, ingleses e, atualmente, norte-americanos, para a manutenção de interesses, que não são os nossos.

O processo parte de premissas básicas como estas: outros povos são mais educados, todo político brasileiro é corrupto, o povo brasileiro não gosta de trabalhar, as paisagens européias e norte-americanas são mais bonitas que as brasileiras, a música clássica e a melhor música do mundo, música caipira é música de pobre, o índio não gosta de tomar banho, o índio não gosta de trabalhar, pobre é feio, sindicalista é desonesto, aqui nada presta, dentre outras, desconstruindo a nossa cultura, as nossas tradições e a nossa cidadania por meio da discriminação e do preconceito.

Como conclusão lógica cria-se o entendimento subliminar de que somos uma sub-raça, um povo de segunda categoria, não valemos nada e temos de nos submeter aos outros povos mais “inteligentes” e “capazes”.

Dessa forma, graças à propaganda veiculada pela mídia vil, a submissão é aceita por todos como consequência dessas características tão desfavoráveis, criando um “complexo vira-lata” na população, conforme a percepção de Nelson Rodrigues.

Por meio de mudanças dessas atitudes em relação aos nossos compatriotas, a busca por um entendimento do momento político, a obtenção de informações fora do sistema midiático comercial e o questionamento racional destas, poderemos, a partir daí, conceber um país menos carente e desigual, o que fará com que este povo se direcione e encontre os seus verdadeiros objetivos como nação.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

"Crise é papo da direita para enfraquecer a Reforma Agrária"

Por Igor Felippe Santos
Da Página do MST


Mais uma vez, o Estadão insiste que o MST vive um "cenário de crise" e de "esvaziamento da sua luta por reforma agrária" com "pano de fundo desanimador", na página A13 deste domingo, assinada por Gabriel Manzano.


Em uma matéria editorializada, sem entrevista com nenhum dirigente do Movimento nem qualquer analista para referendar essas teses, aparece a tática do jornal de enfraquecer a bandeira da Reforma Agrária colocando em crise os protagonistas da luta, os movimentos sociais, especialmente o MST.

A primeira matéria sobre uma suposta crise do MST no Estadão apareceu no final de março, que projetava uma jornada de lutas fraca em abril. A tese do jornal foi rebatida pelo Blog da Reforma Agrária (clique aqui para ler).

Agora, os números da jornada de lutas, com 70 ocupações e protestos em 19 estados e no Distrito Federal, jogam por terra a idéia de crise, uma vez que o número de ocupações está entre os maiores dos últimos 10 anos.

Leia a entrevista da Marina Silva ao Último Segundo/iG no sítio do MST:
http://www.mst.org.br/node/11673

Leia mais e informe-se melhor sobre a realidade do MST, a luta dos agricultores pobres contra a mentira da mídia canalha, que os quer ver escravizados.

Leia também no sítio do MST : http://www.mst.org.br/inicial


MST mobiliza 19 estados e faz 70 ocupações de latifúndios