Honduras vive um momento crítico na luta pela democracia.
O presidente legitimamente eleito pelo povo hondurenho se vê diante da subversão dos direitos constitucionais, que todos devem cuidar, para o rigor maior que é a manutenção da democracia.
Pelo que é possível entender pelas notícias aqui veiculadas, uma vez eleito o presidente de direito Manuel Zelaya, com a finalidade de proceder a mudanças constitucionais, propôs um projeto ao congresso com essa finalidade, não importa se o objetivo fosse mudar toda a constituição hondurenha, desde que haja consenso, politicamente, tudo pode ser mudado.
Nada mais próprio, pois a este cabem as decisões legais em qualquer país democrático do mundo, como no Brasil, que já acumula 57 mudanças constitucionais desde 1988, sem que houvesse a menor turbulência política.
Abruptamente, os golpistas de plantão, sacaram da constituição hondurenha pretensas cláusulas pétreas, sem as necessárias observações às regulamentações legais e em seguida, sem ao menos encetar um processo de impeachment, expulsaram-no do país bem ao estilo e gozo dos reacionários brasileiros, saudosos do golpe de 64, tão ansiosos para que o Brasil vire novamente uma colônia legalmente constituída, mas desta vez dos EUA, que é muito mais chique.
Zelaya, presidente legalmente eleito, foi substituído pelo fantoche de plantão, que não admite ser chamado de presidente de fato, Roberto Micheleti, apoiado pelos militares irresponsáveis que acreditavam no subsídio dos EUA, esquecendo-se que o desgoverno Bush acabou, acabaram por ouvir de Obama que ele não quer nem saber, eles tem de devolver o poder legal para o legítimo representante do povo – Manuel Zelaya.
A situação ficou bem complicada a partir de então, sem apoio dos EUA, sem apoio do resto da América Latina, sem apoio da OEA e da ONU, os golpistas, na verdade bandidos de primeira grandeza, passaram a descortinar um futuro não muito bom, pois o que fizeram não está previsto na constituição hondurenha, mas a punição está.
Nela está descrito o escopo e o ato praticado ao delinearem em seus artigos que o servidor público ao praticar a destituição de presidente eleito será rigorosamente punido.
As eleições marcadas para novembro pelos golpistas, não serão reconhecidas pelos países vizinhos, por entenderem ser Zelaya o presidente do país.
A escolha pela embaixada brasileira em Tegucigalpa foi a mais natural decisão pela importância do Brasil e pela posição do Presidente Lula de não apoiar esse tipo de comportamento irresponsável.
Novamente os brasileiros subversivos, como os golpistas, criticam a decisão de acolher Zelaya, como se este fosse o bandido e apóiam o golpe descaradamente, numa absurda inversão de valores, para a defesa da ideologia do medo, da discórdia e dos procedimentos secretos contra a liberdade e a independência dos povos.
Esperamos o retorno Zelaya e a normalidade para o povo hondurenho e para os bandidos golpistas, uma cadeia bem dura e por um bom tempo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário