Primeiro, temos de observar, que o presidente eleito de Honduras Manuel Zelaya tem o direito de permanecer presidente até que se eleja legalmente e emposse um novo.
Por mais que a direita internacional se manifeste pela constitucionalidade do golpe, nada justifica o comportamento abusivo do fascismo hondurenho em retirá-lo a força do poder expulsando-o do país.
Pela mídia temos observado as opiniões de pretensos advogados constitucionalistas brasileiros defenderem o golpe militar em Honduras, baseados na mentira de que a constituição daquele país assim o permite.
Fazem as mais variadas alegações fundadas em artigos constitucionais que permitiriam um comportamento tão extravagante, tirarem o presidente legalmente eleito de sua cama, na madrugada, sob a mira de armas, colocando-o em um transporte clandestinamente, expulsando-o para o país mais próximo.
A defesa de uma teoria conspiratória dessa magnitude faz com que percamos a crença nas avaliações desses circunspetos e analíticos donos da verdade constitucional. Imaginem! Professores eméritos de direito constitucional em universidades de alto nível! Coitados dos alunos!
Por mais necessárias que fossem, a defesa ideológica dessas mentiras nos faz pensar em tudo que temos sofrido neste país tão desigual, onde políticos desonestos tem se apoiado nessas mesmas mentiras, há décadas, para se perpetuarem no poder suplementados com dinheiro tirado dos pobres, das crianças e velhos, jogando-os na miséria crônica por gerações.
Para construir as hipóteses estapafúrdias, montam um circo sob uma cobertura de bolha de sabão, esquecem a essência do direito, criada para o bem da democracia e da verdade com o título de “Princípio do devido processo legal”, este princípio descerra o absoluto e universal “Princípio do contraditório e da ampla defesa”, condições que na falta deles ninguém poderá ser condenado e muito menos julgado, pela simples necessidade de controle do poder estatal sobre o cidadão, exercício de direito negado ao presidente Manuel Zelaya.
A violência sofrida pela inobservância de tão importante princípio trouxe resultados terríveis para toda América Latina, lembranças de irresponsáveis interferências da CIA no processo político de países como Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e recentemente na Venezuela, apoiados por falsos cidadãos pagos pelo Estado e lustrados pelos traiçoeiros constitucionalistas de plantão, todos a soldo do capital internacional, que tanto atraso traz a todos nós.
A esses hipócritas, cuja consciência não dói, que rasgaram a constituição brasileira a qual prometeram defender ao abraçarem o Direito, resta o desprezo, o repúdio e a expectativa de um fim bem próximo, caminho lógico para o esquecimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário